Âncora do programa Esportes do Povo nas rádios O POVO CBN e CBN Cariri, além do Canal FDR TV e plataformas digitais; comentarista de esportes da Rádio O POVO CBN e CBN Cariri; colunista do O POVO impresso, O POVO+ e redes sociais do O POVO. Além de Comunicação, é formado em Direito
Foto: Rafael Ribeiro/CBF
Evento de apresentação do novo calendário do futebol brasileiro, na sede da CBF
O futebol brasileiro vai ser outro a partir do ano que vem. Fazia tempo que mudanças estruturais não ocorriam como as anunciadas nessa quarta-feira, 1º. Com calendário caótico, marcado por excesso de jogos, sobrecarga de atletas, conflitos bizarros entre torneios e pouco espaço para planejamento, era preciso agir e, até de forma surpreendente e positiva, é uma das maiores reestruturações do calendário nacional em décadas.
As alterações atingem todos os níveis: dos Estaduais ao Brasileirão, das competições regionais às divisões inferiores. O que se percebe de imediato é uma tentativa clara de reduzir o peso que os clubes da Série A vinham carregando, ao mesmo tempo em que se amplia o acesso de equipes menores ao cenário nacional. É uma combinação que, se funcionar na prática para desenvolvimento real, será bem interessante.
A antecipação dos torneios é um exemplo marcante. Os Estaduais, no geral, que começavam em meados de janeiro, agora serão disputados a partir de 11 de janeiro e com menos datas: de 16 para 11. A ideia é compactar, preservando sua relevância histórica, mas sem comprometer o calendário nacional.
Outro ponto de destaque é a Copa do Brasil. A competição, que cresceu de 92 para 126 participantes, passa a ter nove fases, com eliminatórias em jogo único até a quinta etapa, quando entram os clubes da Série A. É uma reformulação significativa. Já a final, em partida única, não seria uma escolha minha, porém é uma tendência mundial que a CBF resolveu adotar.
No capítulo dos regionais, a Copa do Nordeste foi mantida, o que é bom, porque existia um temor do seu término, mas é uma pena que, por causa do calendário, os clubes com vagas em competições internacionais não poderão disputá-la. Uma perda técnica considerável que terá que ser compensada com outras estratégias para que não se perca o interesse.
Nas Séries C e D, a transformação é enorme. A Série D saltará de 64 para 96 clubes, uma tentativa de fortalecer a base do futebol nacional. A Série C terá um processo gradual de expansão, com formatos diferentes até chegar a 28 clubes para 2028. O movimento é claro: ampliar o alcance, vagas e integração.
De modo geral, o novo calendário diminui em 15% o número de jogos das equipes da Série A, mas aumenta a carga das divisões inferiores. Assim, os grandes clubes ganham em alívio, enquanto as equipes menores têm mais espaço.
Claro, tudo ainda é teoria. A prática é que dirá se a proposta funcionará e se caos vai ser controlado. Há desafios evidentes, como a necessidade de ajustes logísticos, de maior capacidade de gestão dos clubes e da própria CBF, além da resistência natural que sempre acompanha mudanças dessa magnitude.
Mas, diante do histórico recente de improvisos e soluções paliativas, o que a entidade apresentou é um passo importante. Pela primeira vez em muito tempo, o calendário do futebol brasileiro parece fruto de planejamento, diálogo e visão de médio prazo. Se os objetivos forem cumpridos, os clubes poderão trabalhar com previsibilidade, os jogadores terão menor desgaste e os torcedores ganharão competições melhores em todos os aspectos.
O número que importa
26 - Nenhuma surpresa na lista de Ancelotti com 26 jogadores para os amistosos contra Coreia do Sul e Japão, em outubro. Mas as voltas de Vinícius Júnior e Rodrygo são boas. Com eles em forma, o Brasil fica bem mais forte ofensivamente
Mais 3!
Hoje, contra o Vitória, quarto pior mandante da Serie A, o Ceará tem outra boa chance de pontuar fora de casa. Mantendo o nível de concentração como foi diante do São Paulo, é meio caminho andado
Falando em São Paulo, o Fortaleza recebe, também hoje, o time do Morumbi e precisa aproveitar a péssima fase da equipe de Crespo, que só marcou um gol nos seis jogos mais recentes.
O ruim para o torcedor quando os rivais jogam em horários iguais é que dá mais trabalho para torcer contra.
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