Âncora do programa Esportes do Povo nas rádios O POVO CBN e CBN Cariri, além do Canal FDR TV e plataformas digitais; comentarista de esportes da Rádio O POVO CBN e CBN Cariri; colunista do O POVO impresso, O POVO+ e redes sociais do O POVO. Além de Comunicação, é formado em Direito
Martín Palermo vem provando no Fortaleza algo relevante para um técnico que faz seu primeiro trabalho no Brasil: capacidade real de adaptação a um cenário extremamente difícil. Desde que assumiu o comando, o argentino coleciona números que, embora ainda insuficientes para tirar o clube da zona de rebaixamento, são bem superiores aos dos seus antecessores.
Em 12 jogos, Palermo soma quatro vitórias, quatro empates e quatro derrotas, totalizando 16 pontos de 36 possíveis - aproveitamento de 44%. Dentro da média do Campeonato Brasileiro, esse desempenho projetaria hoje uma briga pela nona colocação, longe do desespero atual da equipe.
A comparação com os trabalhos anteriores é inevitável e reveladora. Juan Pablo Vojvoda, ídolo recente e símbolo do ciclo mais vitorioso da história do Fortaleza, dirigiu o time em 13 partidas na Série A de 2025 e somou apenas 10 pontos em 39 disputados, cerca de 25% de aproveitamento.
Renato Paiva, contratado em seguida para tentar uma reviravolta que nunca aconteceu, foi ainda pior: apenas cinco pontos em oito jogos, o equivalente a 20%. Diante desse histórico, o rendimento de Palermo significa uma melhora sensível, tanto em desempenho quanto em competitividade.
Mas mais do que números, o técnico argentino tem conseguido resgatar algo que parecia perdido: o mínimo de organização e de confiança. O ambiente que ele encontrou era o pior possível. Um elenco emocionalmente abalado, a torcida sem paciência e uma sequência de resultados ruins que deixava qualquer tentativa de reação quase inviável. Ainda assim, o time voltou a competir.
Palermo reorganizou o sistema defensivo, deu funções mais claras a alguns jogadores e conseguiu extrair um pouco mais de quem vinha em queda acentuada. Isso não significa que tudo seja perfeito. As críticas a certas substituições e decisões durante os jogos são justas. Em alguns momentos, o treinador parece insistir em escolhas questionáveis, especialmente na leitura de segundo tempo. Mas esse tipo de erro é compreensível dentro do contexto: ele ainda está conhecendo o elenco e se adaptando à pressão diária de uma reta final que exige resultados imediatos.
Com cinco jogos restantes e a necessidade de vencer quatro para ter chances reais de permanência, o desafio é gigantesco. A reação pode não ser suficiente, e o rebaixamento continua sendo o cenário mais provável. Ainda assim, a amostra de Palermo é positiva. Em pouco tempo, mostrou leitura de vestiário, clareza tática e capacidade de trabalhar com enorme pressão. Caso a queda se confirme, o argentino deixou sinais de que o Fortaleza pode encontrar nele uma base sólida para reconstrução.
O número que importa
Faltam dois gols para o Campeonato Brasileiro atingir a marca de 800. Até agora, portanto, 798 tentos foram anotados em 328 partidas, média de 2.48 por jogo.
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Mais 3!
1. Dieguinho, volante do Ceará, deu uma entrevista coletiva ótima nesta semana, principalmente no ponto que elogia todos os concorrentes na posição.
2. Ficou nítido que o jogador do Alvinegro falou de forma genuína. É um dos motivos do elenco estar em sintonia.
3. Max Walef, ex-goleiro do Fortaleza e que estava na Arábia Saudita, acertou contrato com o Botafogo-PB.
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