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Na quarentena, apartamentos e casas de Fortaleza viram cenários de corridas de longas distâncias
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Editor Chefe de Esportes do O POVO; apresentador do Esportes do Povo no Canal FDR e nas rádios O POVO CBN e CBN Cariri e plataformas digitais; comentarista de esportes da Rádio O POVO CBN/CBN Cariri. Além de Comunicação, é formado em Direito

Na quarentena, apartamentos e casas de Fortaleza viram cenários de corridas de longas distâncias

Dicson Falcão (Foto: DIVULGAÇÃO)
Foto: DIVULGAÇÃO Dicson Falcão

Dicson Falcão e Socorro Bezerra tinham uma rotina intensa antes da pandemia do novo coronavírus. Professores de educação física e proprietários de uma empresa de assessoria esportiva, acordavam de madrugada, e às 5h30min já estavam dando aulas em diversos pontos da cidade.

O contato, portanto, era acentuado com dezenas de pessoas, mas desde o 18 de março eles se mantém em casa, no bairro Passaré, cumprindo o isolamento social para tentar diminuir o contágio da Covid-19, doença que já matou mais de 400 pessoas no Ceará.

Nestes 40 dias de quarentena, entretanto, o trabalho da KM Assessoria não parou. Dicson e Socorro Bezerra elaboraram um método e oferecem lives com treinamentos e orientações físicas três vezes por semana para os alunos. Além disso, criaram o Desafio Correr Dentro de Casa, ao lado da empresa Forchip, de cronometragem eletrônica, tendo como objetivo que os atletas cumprissem longas distâncias.

"As metas são diárias, é importante deixar claro e todos já têm uma estrutura de treinamento conosco. E nas regras do desafio eles não podem correr na rua ou em esteira. O grande lance é correr dentro da própria casa ou apartamento, um ambiente que antes ninguém imaginava que poderia ser feito uma atividade de longa distância', conta Dicson.

NO APARTAMENTO

A jornalista Paula Candice, 38, topou a missão e no sábado, 25 de abril, correu 21 km sem parar usando o próprio apartamento e o apartamento da sogra, que é vizinha de parede no mesmo prédio no bairro da Aldeota, como cenários.

Paulo Candice
Foto: divulgação
Paulo Candice


Ela se preparava para uma prova de longa distância em Buenos Aires neste ano, mas os planos foram cancelados em função da pandemia. "Sou hipertensa, estou dentro do grupo de risco, e estou rigorosamente em casa desde o dia 17 de março e assim pedi para a assessoria seguir mandando os planos e planilhas para eu continuar correndo. Inicialmente comecei com 5 km, depois 8 km, 10 km e até entender que podia fazer os 21 km, distância da meia-maratona".

O circuito então era formado por quarto, sala e cozinha do apartamento de Paula. Depois ela atravessava o hall que ligava o seu imóvel ao apartamento da sogra e lá também percorria sala, quarto e cozinha. Para auxiliar, ela usou dois aplicativos para marcar distância, tempo e mapa do circuito: Strava e Garmin.

"Eu corro muito sozinha, então a maioria dos treinos é assim, sem companhia. Não foi difícil pra eu superar o ambiente diferente e as pessoas aqui de casa ajudaram e compreenderam que era um momento importante pra mim. Eu baixei uma série de músicas e deixei tocando, além dos aplicativos. Foram 2 horas e 7 minutos, na sombra, garantindo hidratação, gel e afins. Consegui e agora estou pensando em outros desafios pela frente".

MARATONA

Na casa número 365 de uma rua tranquila no Carlito Pamplona, José Marcelino Carvalho de Mesquita também aceitou correr em casa. Diferente de Paula Candice, o aluno de Dicson correu uma maratona inteira durante 6 horas e 8 minutos nos corredores e quintal da casa onde mora e hoje cumpre o isolamento.

José Marcelino
Foto: DIVULGAÇÃO
José Marcelino

 "Foi no dia 18 de março que consegui. Fiquei muito focado, me concentrando muito, mentalizando toda a situação, o percurso. Adoro música eletrônica e fiquei ouvindo pra ajudar. Corri fazendo hidratação (o filho de Marcelino que levava a água pra ele), usando gel e com uma preparação que contou com vitaminas e muito treino", revela o mecânico de refrigeração de 44 anos.

"Foi um percurso maravilhoso. Coloquei na minha mente e consegui fazer. Vi matérias de pessoas pelo mundo fazendo isso e quis fazer também. Era meu objetivo. O ritmo e a velocidade diminuem, claro, porque é um ambiente fechado, mas foi tudo maravilhoso", comemora.

Foto do Fernando Graziani

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