
Flávio Paiva é jornalista e escritor, autor de livros nas áreas de cultura, cidadania, mobilização social, memória a infância. Escreveu os livros
Flávio Paiva é jornalista e escritor, autor de livros nas áreas de cultura, cidadania, mobilização social, memória a infância. Escreveu os livros
Dezessete anos já se passaram desde o dia em que professores da cidade de Independência, onde eu nasci, me convidaram para participar de uma ação educativa e cultural, cedendo o meu nome para um prêmio literário com a finalidade de estimular a juventude do município a pensar e a se expressar sobre temas que afetam suas vidas, a vida do lugar e o mundo.
Por todo esse tempo, não houve um só ano em que não estivéssemos juntos nessa jornada que, além de conclamar estudantes de 13 anos a 17 anos, mobiliza gente da educação, familiares, amigas e amigos dos participantes, em um empolgante estado de cidadania, sublimado por crônicas, contos, poesias e literatura de cordel.
A arte da palavra atravessa desde o sapateado do Mestre Zé Augusto ao canto da Banda da EP, em um incrível movimento participativo da juventude que se encontra com crianças e livros no caminhão BiblioSesc e agradece com o Troféu Saci de Personalidade do Ano àquelas pessoas que sempre tiveram destacada atuação na vida do município, mas nem sempre foram reconhecidas.
Artistas e poetas como Edvaldo Santana, Banda Dona Zefinha, Calé Alencar e Mailson Furtado já marcaram presença nas edições anteriores. Compartilhamentos de literatura e arte de diferentes regiões do Ceará estão agendadas para o evento de encerramento do 17º Prêmio Literário Flávio Paiva 2025, que ocorrerá de 21 a 23 de agosto no largo da Estação Leitura, um dos principais pontos de pertencimento da cidade.
Vai ter forró de rastafari com Júlio Jamayka (Quixadá), palestra com performance cordelística de Dideus Sales (Aracati), reflexões sobre tradição e estereótipos na escrita de ficção sobre o Ceará com Zé Wellington (Sobral) e contação infantil com a dupla Lilian e Valéria, da Mala Encantada (Quixeramobim). Todas essas atrações fazem parte da rede de integração artística e cultural do Sesc/Ce.
Idealizado e realizado pelo Espaço Cultural História Viva, entidade da sociedade civil formada essencialmente por professores locais, o acontecimento do prêmio é coordenado pelos incansáveis Expedito Martins, Irandir Bezerra, Nice Coriolano, Maria Virgílio, Lúcio Ernandes, Aldemira Severiano e Claudiano Barbosa, com a colaboração da parte da comunidade que acredita na força transformadora da juventude.
Essa mobilização pelo pensamento e pelo espaço de voz pública na adolescência, que este ano recebeu 830 inscrições, tem o apoio do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) no processo de avaliação dos trabalhos apresentados por estudantes devidamente matriculados nas escolas públicas e privadas das áreas urbanas e rurais do município.
A parceria com o IFCE possibilita olhares de diferentes geografias na apreciação dos trabalhos, sendo as professoras Efigênia Alves (Campus Jaguaribe) e Eugenia Tavares (Campus Fortaleza) e os professores Lourival Soares (Campus Baturité), Wellington Costa (Campus Crateús) e Glauco Bastos (Campus Fortaleza) responsáveis pela seleção final.
O tema de 2025 é "Ser parte da Caatinga em tempos de aumento da quentura - os desafios da juventude no viver e conviver no semiárido". Um dos dez primeiros colocados apresentará seu trabalho, ao lado de crianças e jovens da Fundação Casa Grande, de Nova Olinda e do projeto LaVida, de Santana do Cariri, na mesa Infância e Juventude, da 3ª Conferência Internacional sobre Clima e Desenvolvimento em Regiões Áridas, Semiáridas e Subúmidas Secas (ICID III), a ser realizada no Centro de Eventos de Fortaleza, de 15 a 19 de setembro deste ano. Independência e arte!
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