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Racismo e uma bola fora
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Professora em MBAs de Marketing do IBMEC Business School e da Unifor. Consultora na Gal Kury Marketing & Branding.

Gal Kury opinião

Racismo e uma bola fora

Tipo Opinião
Gal Kury, professora e consultora de Marketing (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação Gal Kury, professora e consultora de Marketing

Os casos de racismo no meio esportivo, infelizmente, acontecem há décadas. E não chegam apenas por parte da torcida. Dirigentes, comentaristas, outros jogadores, enfim o ambiente é hostil e está longe de ser controlado. Durante o Seminário de Combate ao Racismo e à Violência no Futebol, realizado em setembro de 2022, foi divulgado o Relatório Anual de Discriminação Racial. O resultado é desanimador. Os dados apontam para o crescimento no número de manifestações de intolerância no esporte. Só no futebol, a alta de casos de racismo foi de 106% comparando 2020 com 2021.

Dois fatos recentes causaram revolta neste sentido: Paola Egonu, a supercraque da seleção italiana de vôlei feminino, consideradas uma das melhores jogadoras da atualidade foi chamada de "macaca" por uma comentarista de uma rede de televisão italiana.

Durante a vitória da Seleção Brasileira de futebol em amistoso contra a Tunísia, em Paris, várias bananas foram atiradas no gramado, em direção ao jogador Richarlison, quando o atacante comemorava um dos gols brasileiros. Detalhe: antes do início do jogo, os atletas brasileiros posaram para fotos com uma faixa: "Sem nossos jogadores negros, não teríamos nossas estrelas. A Seleção Brasileira é contra o racismo".

Em ambos os casos, houve muitos comentários, porém nenhuma atitude concreta, punitiva e que demonstrasse o absurdo contido nessas situações. É preciso agir firme, com tolerância zero. Inclusive por parte dos patrocinadores.

Pensando no conceito de fair play, termo bastante comum para os esportistas, numa tradução literal - "jogo limpo" - que pode ser entendido também como espírito esportivo, denotando um comportamento que preceitua respeito, tolerância, igualdade, lealdade, honestidade. Deveria ser algo voluntário, inerente à prática do desporto como um todo, mas não é isso que assistimos estarrecidos todos os dias. O esporte pode ser uma ferramenta poderosa para promover a coesão social e valores essenciais. Cabe a nós não sermos apenas espectadores nesta partida que está longe do fim.

 

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