Logo O POVO+
O preço da ganância
Foto de Gal Kury
clique para exibir bio do colunista

Professora em MBAs de Marketing do IBMEC Business School e da Unifor. Consultora na Gal Kury Marketing & Branding.

Gal Kury opinião

O preço da ganância

Pensei na ganância desenfreada de comerciantes que insensíveis ao cenário trágico ocorrido no litoral norte de São Paulo, estavam cobrando R$ 93,00 por um galão de água para os desabrigados, contra o preço normal de R$ 15,00
Tipo Opinião
Gal Kury, professora e consultora de Marketing (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação Gal Kury, professora e consultora de Marketing

Minha dermatologista prescreveu uma fórmula para ser manipulada. Fiz o orçamento em um local de renome que já havia inclusive feito outras vezes. Preço: R$ 387,00. Achei bastante alto, mas imaginei que deveria ser algo realmente necessário. Entretanto tive a ideia de orçar em outros locais que já havia experimentado anteriormente.

O resultado foi inacreditável. Em um deles o valor foi R$ 262,00 e em outro R$ 147,00. Estranhei muito esta diferença e falei com a minha nutricionista perguntando se a que apresentou o valor mais barato era confiável. Ela disse que sim, com certeza, e ficou horrorizada com o valor cobrado pela mais cara. Não existia nada que pudesse justificar a diferença abissal de valores.

O que mais me intrigou neste episódio é o fato de como devemos ser explorados em casos nos quais desconhecemos um parâmetro de preço. Sabemos quanto custa um azeite, um quilo de frango, um litro de gasolina. Porém não temos noção do preço de um suplemento manipulado. Fica evidente a visão inescrupulosa de alguns empresários que precificam um produto com margens de lucro altíssimas e conseguem seguir em frente. Impunes.

O mais espantoso é que temos para este segmento um mercado competitivo - há muitos compradores e vendedores - e não é controlado por um vendedor que controla o preço de mercado. Lembrei do conceito que aprendi ainda como estudante de Marketing, sobre bens com preços elásticos e inelásticos, para o primeiro conceito, quando o preço desses produtos altera, as pessoas tendem a aumentar ou reduzir o consumo. E os bens inelásticos: independem do preço para que ocorra a compra, pois a demanda mantém-se praticamente inalterada.

Fiquei pensando também na ganância desenfreada de comerciantes que insensíveis ao cenário trágico ocorrido no litoral norte de São Paulo, estavam cobrando R$ 93,00 por um galão de água para os desabrigados, enquanto o preço normal é de R$ 15,00.

Estes R$ 240,00 de diferença para o suplemento ou os R$ 78,00 para a água, medem o desrespeito e a visão de curto prazo em levar vantagem sem o menor pudor.

 

Foto do Gal Kury

Ôpa! Tenho mais informações pra você. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.

O que você achou desse conteúdo?