
Professora em MBAs de Marketing do IBMEC Business School e da Unifor. Consultora na Gal Kury Marketing & Branding.
Professora em MBAs de Marketing do IBMEC Business School e da Unifor. Consultora na Gal Kury Marketing & Branding.
Nesta semana, um vídeo chocante circulou nas redes sociais: um homem aparece deitado, vendado, sobre os trilhos da CPTM, na Grande São Paulo. O trem passa por cima dele, sem tocá-lo, enquanto outro homem filma a cena e comemora o "sucesso" da ação. O episódio aconteceu por volta das 13h40, na Linha 12-Safira, entre as estações Calmon Viana e Itaquaquecetuba e gerou atrasos: os trens precisaram circular em via única, prejudicando centenas de passageiros.
Por pouco não ocorre uma tragédia. A Secretaria de Segurança Pública classificou o caso como perigo de desastre ferroviário e incitação ao crime, dada a gravidade e o risco para toda a operação.
Dizem que foi um "desafio de internet". Desafio, para quem? Para a vida? Para o bom senso? Estamos diante de uma busca cega e perigosa por notoriedade digital, efêmera, rasa, muitas vezes destrutiva. A cada semana, um novo "viral". No dia seguinte, já não é mais assunto. Mas e se houvesse um fio solto? Uma falha técnica? E se o desfecho fosse fatal?
Mais do que uma ousadia inconsequente, o vídeo escancara um símbolo potente: o jovem de olhos vendados é o retrato fiel de uma geração mergulhada na cegueira digital. Vendados pelo desejo de curtidas, reconhecimento e fama, muitos não enxergam as consequências dos próprios atos. O pano nos olhos, mais do que parte do "desafio", representa a falta de visão crítica, o apagamento da consciência e o abandono do senso de realidade. Não é só a visão física que falta é a clareza moral.
Arriscar a própria vida, e a de outros, por um vídeo que promete curtidas e comentários é um sinal alarmante dos tempos. Um ego inflamado, embalado por algoritmos. Como dizia o saudoso jornalista Ricardo Boechat: "Não vamos dar palco pra maluco." Repetimos: não se deve dar palco à insanidade.
É hora de refletir. Não podemos normalizar atos tão inconsequentes em nome da fama. A frase que circula há anos nas redes resume tudo: "Don't make stupid people famous." Que ela volte a ecoar com força.
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