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No Buy 2025: Você Consegue?
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Professora em MBAs de Marketing do IBMEC Business School e da Unifor. Consultora na Gal Kury Marketing & Branding.

Gal Kury opinião

No Buy 2025: Você Consegue?

Influenciadores do minimalismo, da vida simples e do consumo consciente começaram a compartilhar seus desafios e aprendizados ao viver com menos, o que inspirou seguidores a fazer o mesmo
Semana do Consumidor vai até o dia 18 de março (Foto: FÁBIO LIMA)
Foto: FÁBIO LIMA Semana do Consumidor vai até o dia 18 de março

Houve um tempo em que desintoxicar significava cortar o açúcar, bebidas ou passar um fim de semana longe das telas. Hoje, o detox ganhou um novo território, o consumo. A pergunta é simples, mas carregada de potência: eu realmente preciso disso?

O movimento No Buy surgiu de maneira orgânica, impulsionado por comunidades online — especialmente fóruns como Reddit e canais do YouTube — onde pessoas começaram a relatar experiências de passar longos períodos sem comprar nada além do essencial. O marco inicial remonta por volta de 2017, quando o conceito de "No Buy Year" (Ano Sem Compras) começou a ganhar visibilidade em países como Estados Unidos, Canadá e Reino Unido.

Esse movimento foi, em grande parte, uma reação à cultura do consumo acelerado, ao endividamento pessoal e à crescente preocupação ambiental. Influenciadores do minimalismo, da vida simples e do consumo consciente começaram a compartilhar seus desafios e aprendizados ao viver com menos, o que inspirou seguidores a fazer o mesmo.

O movimento No Buy 2025 é uma resposta sensível ao esgotamento provocado pelo excesso, ao ritmo imposto por tendências descartáveis e ao vazio que persiste mesmo após a compra. Escolher menos passou a significar viver melhor. E esse novo olhar não se limita a consumir menos, mas a consumir com mais finalidade.

A ciência já mostra os efeitos da desordem consumista na nossa mente: ansiedade, dispersão, culpa. Em contrapartida, o consumo intencional oferece algo raro: maturidade. Para as marcas, o cenário exige sensibilidade e adaptação. O consumidor que emerge desse novo ciclo é mais atento, mais exigente e menos seduzido por urgências artificiais. Ele busca conexão, coerência e verdade.

Empresas que apostam em produtos duráveis, com modelos circulares e narrativas consistentes ganham terreno.

Minimalismo, afinal, não se opõe à alegria. Ele apenas convida a redescobri-la onde ela sempre esteve: nas escolhas que fazem sentido. O encantamento pelo novo cede espaço à valorização do duradouro.

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