Professora em MBAs de Marketing do IBMEC Business School e da Unifor. Consultora na Gal Kury Marketing & Branding.
Professora em MBAs de Marketing do IBMEC Business School e da Unifor. Consultora na Gal Kury Marketing & Branding.
Fortaleza se prepara para um Réveillon de números superlativos. Com a ocupação hoteleira batendo na casa dos 95%, a cidade-destino veste sua melhor roupa para quem vem de fora. Mas, para além da Beira-Mar e das barracas da Praia do Futuro, existe uma Fortaleza que não precisa do carimbo de "ponto turístico" para ser nossa. Uma cidade de vivências que, felizmente, temos aprendido a resgatar.
A provocação que deixo é simples: será que precisamos ir apenas aonde os turistas vão para sentirmos que a cidade nos pertence?
Nos últimos anos, especialmente nesta última década, temos assistido a um movimento de "retomada". É um prazer ver a Praia de Iracema, que já viveu o auge e amargou o abandono, respirar novamente. Novos bares, restaurantes e a ocupação orgânica das calçadas mostram que o fortalezense cansou de dar as costas para o próprio mar. Esse resgate não é por acaso. Ele vem no rastro de equipamentos que entenderam o espírito da nossa época: a Estação das Artes, MIS, Pinacoteca, a Vila Pita, e tantos outros polos que oferecem arte, cultura e gastronomia.
Fortaleza é, sim, um destino turístico potente, mas é, antes de tudo, um organismo vivo que pulsa arte, música e memória. Às cinco da manhã, já vimos uma legião que escolhe o asfalto como quintal, descobrindo que a rua é o seu maior clube. São espaços que não foram desenhados apenas para o olhar estrangeiro, mas para o abraço do morador.
É comum ouvirmos a queixa de que as grandes produções "nunca vêm para cá". Mas a verdade, às vezes dura, é que muitas vezes quando elas chegam, as plateias não se confirmam. Ocupar a cidade vai além de passear no calçadão; é prestigiar o artista local, é ocupar a mesa do restaurante do bairro, é estar presente onde a cultura acontece.
Como bem diz uma querida amiga, o convite para 2026 é um só: vamos nos apropriar da cidade, que a gente possa ser, na nossa própria terra, menos espectadores de cartão-postal e mais protagonistas da nossa vivência urbana. Fortaleza tem muitas cidades dentro de si. Qual delas você escolheu habitar hoje?
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