Edits, CapCut e a batalha pela atenção dos criadores de conteúdo
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Jornalista formada pela Universidade Sete de Setembro (2015) e pós-graduanda em Gestão e Negócios pela Esase Brasil. Iniciou a carreira no O POVO como estagiária em 2014, atuando na produção de conteúdo digital. Em 2016, passou a supervisionar as redes sociais, liderando projetos pioneiros como transmissões ao vivo e conteúdos audiovisuais nos stories, além de capacitar repórteres e estagiários no uso dessas ferramentas. Em 2019, tornou-se coordenadora das redes sociais do Grupo O POVO. Atualmente, é editora-chefe das redes sociais e coordena todos os perfis da marca
Edits, CapCut e a batalha pela atenção dos criadores de conteúdo
O novo app da Meta quer ser completo desde o início, mas vai precisar correr muito para desbancar o CapCut - queridinho de quem produz vídeos
Foto: Reprodução/Facebook
Instagram lança app para rivalizar com CapCult
Atenção, produtores de conteúdo: o jogo da criação audiovisual acaba de ganhar mais um capítulo importante. Como comentei na minha primeira coluna há cerca de 15 dias, tudo nas redes sociais muda muito rápido - e quem não acompanhar o movimento, corre o risco de ficar para trás.
Nesta última semana, o Instagram lançou o Edits, um novo aplicativo dedicado à edição de vídeos. À primeira vista, pode parecer só mais uma novidade entre tantas. Mas a chegada do Edits é, na verdade, um movimento estratégico dentro de uma disputa muito maior: a batalha pela atenção e produção dos criadores de conteúdo.
A lógica é clara: na dinâmica das grandes plataformas, é impossível ter hegemonia. Sempre que um concorrente se destaca demais, a resposta é inevitável. Foi assim com o Snapchat (que gerou os Stories) e agora se repete com o TikTok (que impulsionou o formato de Reels).
Agora, é a vez de mirar no CapCut, app de edição da
ByteDance
empresa chinesa de tecnologia da internet, dona do popular aplicativo TikTok, e de diversas outras plataformas de conteúdo
, que se consolidou como o braço direito dos criadores de vídeos curtos.
Foto: Divulgação
Instagram lança app para rivalizar contra CapCult
À época, Adam Mosseri, diretor do Instagram, publicou um vídeo na rede social em que falava do cenário atual: “Há muita coisa acontecendo agora, mas, independentemente do que aconteça, é nosso trabalho oferecer as melhores ferramentas possíveis para os criadores”, disse
Dois meses depois, o Edits chega e pode incomodar para conquistar os produtores de conteúdos audiovisuais: promete mais recursos, mais inteligência artificial e, sobretudo, gratuidade. Diferente do CapCut, que oferece uma versão básica, mas limita muitas funcionalidades à versão paga (versão Pro), o novo app da Meta quer ser completo desde o início, mas vai precisar correr muito para desbancar o CapCut - queridinho de quem produz vídeos.
O que o Edits promete oferecer?
Além da captura, edição e publicação de vídeos diretamente no Instagram, o Edits aposta em recursos que buscam reduzir a fricção do processo criativo:
Rascunhos automáticos para ideias futuras;
Busca de inspiração com reels virais dentro do próprio app;
Salvar áudios de vídeos para usar depois;
Transformação de imagens estáticas em vídeos usando inteligência artificial;
Edição com cortes inteligentes, ajuste automático para Reels e Stories;
Modelos prontos, trilhas sonoras virais e legendagem automática.
Insights personalizados para orientar os criadores sobre o desempenho de seus conteúdos.
Outro detalhe que chama atenção: ao editar e postar pelo Edits, os vídeos recebem um selo especial indicando que foram feitos dentro do app oficial do Instagram. Embora a plataforma não tenha confirmado oficialmente se isso favorece o alcance dos posts, é difícil acreditar que essa integração não gere alguma vantagem invisível no algoritmo.
Mais do que competir, integrar
O diferencial do Edits não é apenas oferecer boas ferramentas de edição, é fazer tudo isso de maneira nativa, integrada ao ecossistema da Meta. Enquanto hoje muitos criadores editam em um app externo para depois exportar e postar no Instagram, o Edits elimina essa necessidade, tornando o processo mais fluido e mais estratégico para a plataforma. Essa movimentação tem um objetivo claro: reter o criador dentro da casa Meta - do momento em que pensa o conteúdo até a hora de publicá-lo. No entanto, repito: ele ainda não tem os mesmos recursos e detalhes do seu rival CapCut.
A guerra pela atenção dos criadores
Essa movimentação faz parte de uma disputa que já conhecemos bem: a corrida pelo tempo dos usuários e pela lealdade dos criadores.
A ascensão dos vídeos curtos transformou a dinâmica das redes sociais. Plataformas como TikTok e CapCut consolidaram-se porque entenderam que a nova geração quer agilidade, fluidez, soluções móveis e criatividade sem barreiras.
A resposta da Meta vem em linha com essa nova lógica: não basta ser apenas um espaço para publicação, é preciso ser o local de criação, edição, otimização e distribuição. Um ecossistema fechado e completo, que ofereça tudo o que o criador precisa.
O que está em jogo?
A disputa atual não é só pela preferência de qual app usar para editar um vídeo. É pela posse do processo criativo inteiro. Quem dominar a criação, domina a publicação. Quem domina a publicação, domina a audiência. E quem domina a audiência, tem chances de dominar o mercado. O lançamento do Edits é mais um passo nesse tabuleiro global das plataformas sociais, onde cada segundo do nosso tempo vale ouro - e cada novo app é uma nova jogada para conquistá-lo.
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