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O que vale mais que like?
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Jornalista formada pela Universidade Sete de Setembro (2015) e pós-graduanda em Gestão e Negócios pela Esase Brasil. Iniciou a carreira no O POVO como estagiária em 2014, atuando na produção de conteúdo digital. Em 2016, passou a supervisionar as redes sociais, liderando projetos pioneiros como transmissões ao vivo e conteúdos audiovisuais nos stories, além de capacitar repórteres e estagiários no uso dessas ferramentas. Em 2019, tornou-se coordenadora das redes sociais do Grupo O POVO. Atualmente, é editora-chefe das redes sociais e coordena todos os perfis da marca

Glenna Cherice tecnologia

O que vale mais que like?

Se você já se perguntou por que o seu feed ou a aba "Explorar" está tomada por vídeos de dança, memes ou conteúdos fitness, a resposta é simples: é porque, de alguma forma, você demonstrou interesse por esses temas. Mesmo que negue
Tipo Análise
O que seu algoritmo diz sobre você (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil O que seu algoritmo diz sobre você

Para dar o start neste espaço do O POVO+ - onde a ideia é acompanhar a velocidade com que o universo das redes sociais se move - quero começar dizendo: quem trabalha com redes sociais, seja há anos ou esteja só começando, compartilha os mesmos anseios. A gente quer um perfil saudável, com posts bombando, seguidores crescendo e produção em todos os formatos e com linguagem que realmente encante o público.

Esse espaço nasce como uma voz para quem curte redes, quer entender estratégia, métricas e aprender a dançar conforme a música - ou melhor, conforme as métricas.

Para quem vive de social media, a aflição é real: a próxima mudança sempre chega antes de entendermos direito a anterior. Mal nos adaptamos a um formato, e já surge outro, com nova proposta e exigindo outra estratégia. A máquina é dinâmica, e se você demora demais… fica pra trás.

Mas esse também é um espaço acolhedor. Não é só pra quem já entende do assunto, mas pra quem quer aprender e acompanhar as novidades sem se sentir perdido.

E pra começar com o pé direito, vamos falar sobre o que, em 2025, virou a métrica da vez no Instagram - e que também se aplica muito bem ao TikTok: o compartilhamento de conteúdo, também conhecido como “o aviãozinho”.

Agora é a vez do aviãozinho

Por muito tempo, ter muitos seguidores era o grande trunfo - e, sim, ainda conta bastante. Depois ficar de olho nos likes e comentários, por muito tempo era o nosso afago. Normal! Mas, a preço de agora, se você produz conteúdo nas redes não pode ficar preso nessas métricas que no passado tinham hegemonia. Agora é necessário estar atento ao que realmente importa para um post performar bem hoje.

De acordo com o próprio Adam Mosseri, CEO do Instagram, o compartilhamento será o principal fator para impulsionar o alcance das publicações na plataforma neste ano. A lógica é simples: se o conteúdo é bom o bastante para ser enviado a alguém, ele provavelmente é bom o bastante para ser entregue a mais gente.

E faz todo sentido. Curtir ou comentar é uma forma de engajamento, claro, mas compartilhar exige mais: intenção, identificação, vontade de mostrar aquilo a outra pessoa. É um tipo de engajamento mais profundo. É como dizer: “isso aqui vale ser visto por mais alguém”. E o Instagram está de olho exatamente nesse comportamento.

O movimento de envio e compartilhamento “denuncia” o que você realmente consome - e, como consequência, revela seus interesses. É por isso que o aviãozinho se tornou tão valioso.

O que você vê no Instagram é culpa sua - mesmo que você negue

Se você já se perguntou por que o seu feed ou a aba "Explorar" está tomada por vídeos de dança, memes ou conteúdos fitness, a resposta é simples: é porque, de alguma forma, você demonstrou interesse por esses temas. Mesmo que negue.

O algoritmo das redes sociais não é neutro, mas também não é aleatório. Ele é moldado a partir do seu comportamento - não só pelos likes ou comentários, mas também pelo tempo que você permanece em um post, pelo que salva, compartilha, e até pelo que assiste em silêncio. Cada interação, mesmo a mais sutil, é interpretada como um sinal.

Compartilhar um vídeo por DM, enviar para os stories ou mandar para um grupo de amigos é suficiente para o sistema entender que aquilo tem valor para você. E, a partir daí, começa a construir um feed que te ofereça mais do mesmo. É por isso que, muitas vezes, você se vê preso em uma bolha temática - confortável, mas limitada.

É comum ouvir reclamações do tipo: “só aparece besteira no meu explorar”, “não aguento mais vídeo de receita” ou “não sigo ninguém de dança, mas só aparece isso”. Mas o ponto é que o que aparece para você tem mais a ver com o que você faz do que com o que você segue. O algoritmo é, no fundo, um espelho: reflete seus hábitos, suas pausas, seus deslizes e suas escolhas inconscientes.

Construir um feed diverso e que traga conteúdos que realmente acrescentem exige mais do que apenas querer. Requer esforço ativo: deixar de consumir o que entretém apenas por distração, buscar referências novas, seguir perfis que provoquem pensamento, e não apenas conforto. Exige, inclusive, suportar o estranhamento inicial de um conteúdo que ainda não “conversa” com seu repertório.

Portanto, antes de culpar o algoritmo, vale olhar com mais atenção para os seus próprios gestos, por menores que pareçam. Porque, no fim das contas, é o seu comportamento que define a paisagem do seu feed. Quer saber o que você realmente consome? Mostre seu explorar ou seu feed de reels - e a resposta estará ali.

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