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Do susto ao viral: como o salto da Raptor virou propaganda, literalmente por acidente
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Jornalista formada pela Universidade Sete de Setembro (2015) e pós-graduanda em Gestão e Negócios pela Esase Brasil. Iniciou a carreira no O POVO como estagiária em 2014, atuando na produção de conteúdo digital. Em 2016, passou a supervisionar as redes sociais, liderando projetos pioneiros como transmissões ao vivo e conteúdos audiovisuais nos stories, além de capacitar repórteres e estagiários no uso dessas ferramentas. Em 2019, tornou-se coordenadora das redes sociais do Grupo O POVO. Atualmente, é editora-chefe das redes sociais e coordena todos os perfis da marca

Glenna Cherice tecnologia

Do susto ao viral: como o salto da Raptor virou propaganda, literalmente por acidente

Enquanto o motorista e os espectadores ficaram desesperados, as redes sociais fizeram o que fazem de melhor: transformaram um momento de pânico em meme, conteúdo e discussão
Quando o marketing acontece, literalmente, por acidente: o salto da Raptor que ninguém planejou, mas todo mundo assistiu  (Foto: Reprodução/ Redes Sociais )
Foto: Reprodução/ Redes Sociais Quando o marketing acontece, literalmente, por acidente: o salto da Raptor que ninguém planejou, mas todo mundo assistiu

Às vezes, o melhor comercial de um carro não vem de uma agência, mas de um vídeo tremido, cheio de gritos, feito por alguém com o celular na mão e que sequer filmou o desfecho.

Foi o que aconteceu nas dunas de Canoa Quebrada, nesse último fim de semana, quando uma Ford Raptor literalmente voou e virou um fenômeno nas redes sociais.

O motorista era o empresário Valécio Nogueira Granjeiro, que foi autuado e pode ter a CNH suspensa. Enquanto ele se complica com a Justiça, o vídeo segue circulando livremente em grupos de WhatsApp, nas timelines e nas rodas de conversa - especialmente entre quem curte o universo automotivo.

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Afinal, por mais que o momento tenha gerado desespero entre o motorista e os espectadores, as redes sociais fizeram o que sabem fazer: transformaram tudo em meme, conteúdo e pauta para discussão.

O “erro” que virou case

Sem querer, o vídeo vendeu tudo o que a Raptor quer representar e já fez isso em comercias: potência, aventura, exagero. Mesmo sem mostrar o salto completo - uma reclamação unânime nos comentários das postagens -, a mistura de adrenalina e caos deu ao conteúdo um ar quase cinematográfico, só que mais real.

A Ford, que costuma investir em campanhas de alto padrão, acabou sendo divulgada por um conteúdo caseiro, com impacto de milhões. E aí está a ironia: o que era pra ser apenas irresponsabilidade virou propaganda gratuita.

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No fim das contas, a Raptor voadora é mais uma prova de que, hoje, o público decide o que viraliza - e o marketing, às vezes, precisa aplaudir e reconhecer. 

O caso da Raptor voadora mostra bem como a espontaneidade às vezes pode ser mais eficiente do que qualquer planejamento. O desafio das marcas — seja um grupo de comunicação, uma loja ou qualquer negócio que queira ser visto — é saber a hora de entrar na conversa e a hora de simplesmente deixar o público assumir a narrativa.

Oportunidade de viral desperdiçada? 

A Ford poderia ter surfado no viral e transformado o episódio em campanha oficial? Margem teve e ainda tem. Algo como: “voando nas dunas” ou “potência de verdade”, talvez até usando o próprio vídeo com um toque de humor e responsabilidade. Mas preferiu ficar na dela. Oportunidade perdida?

É só dar uma olhada nos comentários nos perfis que repostaram o vídeo: “A Ford devia dar uma nova pra esse motorista”, “Agora quero comprar uma Raptor pela segurança”, “Nem a Ford conseguiu fazer um comercial tão bom”. O público fez o trabalho sozinho - e entregou de graça o que toda marca sonha em alcançar.

No fim das contas, quem precisa de comercial quando um vídeo real entrega tudo o que a marca quer dizer - com direito a engajamento, memes e manchetes?

Esse tipo de discussão vive rondando a redação, principalmente entre quem pensa estratégias de conteúdo. A gente planeja, desenha ações com começo, meio e fim… e aí o que viraliza é algo que mal levou dois minutos pra acontecer.

Esse é o desafio: equilibrar o que é pensado com o que simplesmente acontece - e ter sensibilidade pra perceber quando o que foge do roteiro é, na verdade, o que mais conecta.

Foto do Glenna Cherice

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