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Morango do Amor e o medo de ficar por fora: por que seu feed só fala disso?
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Jornalista formada pela Universidade Sete de Setembro (2015) e pós-graduanda em Gestão e Negócios pela Esase Brasil. Iniciou a carreira no O POVO como estagiária em 2014, atuando na produção de conteúdo digital. Em 2016, passou a supervisionar as redes sociais, liderando projetos pioneiros como transmissões ao vivo e conteúdos audiovisuais nos stories, além de capacitar repórteres e estagiários no uso dessas ferramentas. Em 2019, tornou-se coordenadora das redes sociais do Grupo O POVO. Atualmente, é editora-chefe das redes sociais e coordena todos os perfis da marca

Glenna Cherice tecnologia

Morango do Amor e o medo de ficar por fora: por que seu feed só fala disso?

Esse movimento diz mais sobre pertencimento do que sobre o doce: no fundo, não é apenas pelo morango, é pelo alívio de não ficar de fora
O que explica esse surto coletivo pelo Morango do Amor (Foto: Reprodução/panificadora Bom do Trigo )
Foto: Reprodução/panificadora Bom do Trigo O que explica esse surto coletivo pelo Morango do Amor

Não é novidade que a internet transforma coisas aparentemente simples em fenômenos coletivos. Mas, nos últimos dias, o que se vê é um surto específico: o tal Morango do Amor. Um morango coberto com brigadeiro branco e finalizado com aquela calda de açúcar durinha, uma herança direta da clássica maçã do amor.

O que explica esse surto coletivo pelo Morango do Amor

O sabor é doce, claro. Não provei AINDA. Mas o que realmente está adoçando esse hype todo é o bom e velho FOMO — o "Fear of Missing Out", ou o medo de ficar de fora. É aquele sentimento de que a gente está perdendo algo importante, seja uma experiência, uma informação ou, nesse caso, um doce caramelizado que viralizou.

Quando um conteúdo começa a pipocar demais, a lógica é quase automática: se todo mundo está comendo, postando, desejando… então eu também quero fazer parte. Não apenas pelo gosto, mas pela sensação de pertencimento. De estar atualizado com o que está em alta. É o desejo de ser parte da conversa, de não ser o único que não participou da trend do momento.

É a performance social do consumo: não basta provar. Tem que filmar o estouro da calda, morder em câmera lenta, mostrar a crocância. O prazer vem do doce, mas também (e talvez mais) da reação que ele provoca nas redes. A gente quer a validação: os comentários, os likes nos stories, o engajamento. Normal! 

Morango caramelizado e o símbolo de um desejo coletivo

E assim, o que era só um morango caramelizado vira símbolo de um desejo coletivo, embalado por vídeos com a mesma estética. Todo mundo quer provar. Todo mundo quer mostrar.

No fim das contas, o Morango do Amor é mais um episódio dentro do ciclo infinito de pequenas e rápidas tendências alimentares: nascem, viralizam e desaparecem na mesma velocidade.

O resultado? O Brasil inteiro correndo atrás do doce. Docerias e padarias com WhatsApp congestionados, mas faturando muito, filas atrás da guloseima, buscas desenfreadas por morangos, e eu aqui quase quebrando meu acordo de não comer açúcar em julho só pra entender o que todo mundo está vivendo.

Esse movimento coletivo revela muito mais do que um desejo por doce. Mostra o quanto estamos dispostos a correr atrás de qualquer coisa que evite a sensação de estar por fora. Porque, convenhamos: às vezes, o que a gente quer mesmo não é o morango. É só o alívio de saber que está onde todo mundo está.

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