Colunista de política, Gualter George é editor-executivo do O POVO desde 2007 e comentarista da rádio O POVO/CBN. No O POVO, já foi editor-executivo de Economia e ombudsman. Também foi diretor de Redação do jornal O Dia (Teresina).
Colunista de política, Gualter George é editor-executivo do O POVO desde 2007 e comentarista da rádio O POVO/CBN. No O POVO, já foi editor-executivo de Economia e ombudsman. Também foi diretor de Redação do jornal O Dia (Teresina).
Quer dizer que o presidente da República interditou parte de sua agenda do dia para, numa sequência de reuniões com alguns dos seus ministros importantes, chamados ao Palácio do Planalto, se fazer uma análise de qual seria a reação do governo à prisão do ex-policial militar Fabrício Queiroz, ocorrida nas primeiras horas da manhã, em Atibaia, no interior de São Paulo?
Deturpação evidente de Jair Bolsonaro, mais uma, do entendimento do que seja interesse de Estado e do que poderia justificar a mobilização da estrutura pública em favor de uma pauta.
Queiroz, agora preso e recolhido a uma penitenciária do Rio de Janeiro, é, no momento, problema dele próprio e do parlamentar a quem servia na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Flávio Bolsonaro, cabendo-lhe esclarecer todas as dúvidas que têm sido levantadas pelos investigadores do caso das "rachadinhas".
Um escândalo que, sim, envolve um filho do presidente, hoje senador da República, inclusive, sem que isso o transforme em interesse de Estado, por mais que isso traga dissabores justificáveis, na condição de pai que é, ao principal mandatário do País.
O governo não tinha que "reagir" ao episódio de ontem. A hipótese que se abre é de que projeções tenham sido feitas para entender se a crise apresenta potencial de ampliar seus efeitos e chegar ao presidente, o que ainda não configuraria interesse público ao tema, já que falamos da trajetória passada de Bolsonaro, de quando ele era parlamentar e assumia feliz e orgulhoso, em imagens que circulam pelas redes sociais e órgãos de imprensa, sua amizade com Fabrício Queiroz.
A resposta finalmente dada à pergunta que por meses inquietou a família Bolsonaro - "cadê o Queiróz?" - fecha um ciclo e, imediatamente, um outro se abre. Neste novo momento, é esperar o que ele tem a dizer e, resolvendo fazê-lo, o alcance de suas revelações, porque há chances de efetivamente envolver o amigo de tantos anos, cuja trajetória política acompanhou de perto.
Esta, talvez, a razão das tantas reuniões de ontem em Brasília, embora o simples fato da prisão ter acontecido não justifique, por si, que o governo leve à agenda oficial uma discussão sobre como reagir a ela.
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