Colunista de política, Gualter George é editor-executivo do O POVO desde 2007 e comentarista da rádio O POVO/CBN. No O POVO, já foi editor-executivo de Economia e ombudsman. Também foi diretor de Redação do jornal O Dia (Teresina).
Colunista de política, Gualter George é editor-executivo do O POVO desde 2007 e comentarista da rádio O POVO/CBN. No O POVO, já foi editor-executivo de Economia e ombudsman. Também foi diretor de Redação do jornal O Dia (Teresina).
Até pode parecer sutil, e as vezes nem é, mas o deputado estadual André Fernandes (sem partido) impôs uma mudança à sua estratégia de defesa do mandato que exerce. Sai a arrogância, provisória que seja a decisão, e entra em campo uma articulação com forças nacionais, gesto de humildade em se tratando dele, mobilizadas nas redes sociais para apontá-lo como vítima de uma perseguição dos colegas na Assembleia Legislativa. Nada mais falso.
Desde quando instalou-se no gabinete a ele destinado e começou a frequentar o espaço no plenário que lhe cabe, o jovem deputado age numa linha de hostilidade aos colegas. Quando muito, oferece a eles o desprezo de quem chega à Casa chancelado por sensacional performance nas urnas, superior a 109 mil votos, e, mais ainda, pelo fato verdadeiro de ter obtido tal resultado numa campanha fortemente ancorada nas teses que defendia, sem recursos materiais e financeiros generosos. E, um pouco, na onda que varreu o País vinculada ao fenômeno Jair Bolsonaro de 2018.
O que acontece é que em alguns momentos a postura esnobe, de um ser que se acha moral e politicamente superior aos outros - condição que a votação alta não lhe confere e a nenhum outro que chegue a uma Casa legislativa na mesma situação -, faz com que extrapole os limites permitidos pelo mandato popular. Por exemplo, quando acusa colegas de envolvimento com crime organizado, situação que o encaminha para uma primeira punição. Justificada e oportuna, entendo.
É a convicção de que perdeu o debate interno que, certamente, leva André Fernandes a recorrer ao sistema político ao qual está ligado para estabelecer um processo em sua defesa que parta de fora para dentro. Parlamentares bolsonaristas de vários estados, da Câmara e de Assembleias Legislativas, ocupam as redes sociais nos últimos dias para vender a ideia de que acontece aqui no Ceará mais uma tentativa de calar um conservador, blá blá blá e blá blá blá.
Talvez ainda dê tempo para o deputado cearense entender que o parlamento é um espaço de diferenças, por natureza. Há, ali, pessoas que enxergam o mundo de maneiras diversas, têm gostos opostos às vezes, opções de vida divergentes entre si, como projeção do que é o eleitorado que, pelo voto, escolhe quem ocupará as 46 cadeiras, por exemplo, do Legislativo do Ceará.
A soma desses conflitos aparentes é que nos torna mais fortes ou a incapacidade de conviver com eles que nos faz mais fracos. Como uma sociedade democrática.
O reitor da UFC, Cândido Albuquerque, fez o que convinha ao momento delicado e manteve distância da polêmica envolvendo a saída de Abraham Weintraub do ministério da Educação, mesmo ele tendo sido responsável por sua nomeação. Para compensar seu silêncio, o vice-reitor Glauco Lobo lamentou muito, avaliando que o ex-ministro deixa "legado de combate à corrupção" e uma "visão institucional honesta de recursos públicos".
Parece ter minimizado um pouco a aflição do vice-reitor da UFC o anúncio de Carlos Decotelli para substituir Weintraub. O principal, diz ele, em meio a elogios fartos ao indicado, é manter as "mudanças fundamentais" implementadas pelo MEC nos últimos meses no ensino básico brasileiro. Lembre-se, área onde permanece abrigado o olavista raiz Carlos Nadalim, já objeto de um trabalho político para ser mantido onde está.
Uma atualização sobre nota da última coluna sobre o animado momento político em Juazeiro do Norte: o vice-prefeito Geovanni Sampaio foi oficializado ao longo da semana como pré-candidato do PSD à sucessão do prefeito José Arnon (PTB). De quem será adversário.
Prefeitos brasileiros não desistiram da luta pelo cancelamento das eleições de 2020, apesar do avanço no Senado da proposta que apenas adia sua realização de outubro para novembro. Uma reunião do Conselho Político da Confederação Nacional de Municípios (CNM) com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luis Roberto Barroso, está agendada para amanhã, segunda-feira, tendo o tema na pauta.
Presidente da Associação de Prefeitos do Ceará (Aprece) e integrante do Conselho, Nilson Diniz (PDT), alinha-se com a ideia de prorrogação dos mandatos, entendendo que a atenção total agora deve ser com a saúde das pessoas. No entanto, mostra algum ceticismo, por avaliar que há um jogo de cartas marcadas no Congresso e a tendência é de que aconteça, mesmo, apenas um deslocamento na data.
Foi intensa a guerra dos últimos dias pela paternidade da transposição. Quem saiu-se melhor no meio de todo o tiroteio foi o ministro Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional, defendendo que a obra é do Estado, não de governos. Perfeito e definitivo.
Capitão Wagner, deputado federal (Pros), cobrando, pelo twitter, a presença de Camilo Santana (PT) no evento da sexta-feira que, em Penaforte, marcou a chegada ao Ceará das águas do rio São Francisco com a conclusão de trecho das obras da transposição. Camilo não foi, mas, também pelas redes sociais, agradeceu Bolsonaro. Dentre outros
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