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Fake news, o texto aprovado no Senado e a posição de Eduardo Girão
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Colunista de política, Gualter George é editor-executivo do O POVO desde 2007 e comentarista da rádio O POVO/CBN. No O POVO, já foi editor-executivo de Economia e ombudsman. Também foi diretor de Redação do jornal O Dia (Teresina).

Fake news, o texto aprovado no Senado e a posição de Eduardo Girão

Tipo Opinião
Senador Luis Eduardo Girão (Podemos-CE) (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado Senador Luis Eduardo Girão (Podemos-CE)

O senador cearense Luiz Eduardo Girão, do Podemos, esclarece que, diferentemente do que escrevi na coluna anterior, ele não era favorável ao "arquivamento" e ao "esquecimento" do texto do colega baiano Ângelo Coronel, do PSD, aprovado ontem pelo Senado com 44 votos favoráveis e 32 contrários, que propõe regulação ao ambiente das redes sociais e punição contra a prática das fake news. Sua posição, diz, é de absoluto apoio ao debate do tema, que considera de extrema importância para o momento.

Ótimo que assim seja e é o caso, da minha parte, de reconhecer o erro ao apontar o senador como defensor da tese de que o assunto não deveria ser discutido. Nas suas palavras, o que ele queria era o contrário, um espaço para debate mais amplo, menos apressado e que realmente fosse capaz de levar ao ponto mais profundo do problema e às suas causas, na perspectiva de enfrentá-las.

Era um tema para muito mais discussão, ouvindo-se muito mais gente e mais entidades com vozes aptas a contribuir. Nesse sentido, há total razão na resistência de Girão à votação de ontem à tarde, mesmo admitindo-se que a proporção que a prática assumiu no País, com aspectos até de ação criminosa em alguns aspectos, quase que impunha uma certa urgência para que algo fosse feito. A dúvida é se a lei aprovada apresenta-se como o melhor remédio para a doença social que nos acomete.

Situar o problema da profusão de notícias falsas como algo conjuntural pode levar ao erro de induzir soluções que combatem situações, personagens e movimentos específicos, servindo somente a uma realidade de momento. Ou seja, há o risco de uma mudança de protagonistas do cenário político exigir que logo adiante toda a discussão precise ser reaberta.

A aprovação do texto de Ângelo Coronel pelos senadores não é solução definitiva para o problema e, claro, não terá o dom de dar o debate por encerrado. Até porque, há ainda a etapa da Câmara, onde as conversas continuam e espera-se que dentro de um ritmo melhor adequado às necessidades de um tema, como diz Luiz Eduardo Girão, que precisa mesmo de uma boa discussão. De preferência, sem pressa e com mais gente sendo ouvida.

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