Colunista de política, Gualter George é editor-executivo do O POVO desde 2007 e comentarista da rádio O POVO/CBN. No O POVO, já foi editor-executivo de Economia e ombudsman. Também foi diretor de Redação do jornal O Dia (Teresina).
Colunista de política, Gualter George é editor-executivo do O POVO desde 2007 e comentarista da rádio O POVO/CBN. No O POVO, já foi editor-executivo de Economia e ombudsman. Também foi diretor de Redação do jornal O Dia (Teresina).
O recado está dado ao governador Camilo Santana. O projeto de fazer de Nelson Martins o candidato à prefeitura de Fortaleza precisa de correções urgentes para gerar um pouco mais de otimismo para quem o defende.
É difícil que se concretize a missão destinada a Nelson quando se decidiu afastá-lo da Assessoria Institucional, diante do ambiente que se percebeu no PT durante a reunião que aconteceu domingo para definir sobre a situação eleitoral de Fortaleza.
Quem é capaz de sentir os pormenores de como as coisas acontecem no partido avalia que comprovou-se, no evento que reuniu o diretório municipal, quase não existir espaço para que se discuta qualquer alternativa à candidatura de Luizianne Lins.
Para os agitados padrões petistas, há algo próximo à unidade em torno da candidatura própria e do nome de Luizianne, considerando-se ainda o ponto em que ela oferece viabilidade de fazer uma disputa pra valer pela sucessão de Roberto Cláudio.
Ganhar é um outro papo, mais difícil, embora fosse muito menos provável aquela vitória dela em 2004, na linha do contra tudo e contra todos. Internamente, inclusive.
De alguma forma, percebe-se que a inesperada tentativa do governador petista de colocar o nome de Nelson Martins nos debates internos ainda não parece ter surtido o efeito planejado. Nem é certo que surtirá.
A ideia foi quase que ignorada, com manifestações isoladas, como a do deputado Acrísio Sena, que não tiveram qualquer tipo de ressonância.
Camilo prefere não se expor além da ousadia de separar o ex-assessor para a tarefa de ficar disponível eleitoralmente, enquanto este último isola-se e mantém distância e silêncio dos burburinhos.
Aposta-se numa possibilidade das coisas se acomodarem por elas próprias, quando os dois sabem, acostumados que são à dinâmica petista, que sem articulação e busca de convencimento interno as coisas têm dificuldade de caminhar por ali.
A aposta na força da máquina, se é o que acontece, pode ser insuficiente. Por mais que não seja um componente a desprezar por inteiro, apenas não se basta para o caso.
Camilo e Nelson precisam se juntar àqueles, como Acrisio, que defendem uma candidatura de consenso, capaz de atrair inclusive o PDT, critério que excluiria Luizianne, como melhor caminho hoje para brecar a vitória de um nome ligado ao presidente Jair Bolsonaro.
Este sim, um pesadelo que tira o sono tanto de petistas como de pedetistas fortalezenses. Aflição, porém, que ainda não parece suficiente para uni-los já no primeiro turno em 2020.
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