Gostei, sinceramente. O modelo que o PDT lançou na noite dessa quarta-feira para escolha do seu candidato à prefeitura de Fortaleza apresenta uma novidade de método que, inclusive, pode ajudar no fortalecimento das estruturas democráticas internas de um grupo que, ao longo do tempo, acostumou-se a esperar que a solução para os impasses viesse de cima para baixo.

Haverá necessidade de seguir acompanhando o processo, por razões justificadas pelo histórico de decisões verticalizadas no grupo político liderado por Ciro ou Cid Ferreira Gomes, mas o que aconteceu no primeiro dia deveria ser o bastante para animar o PDT. Mais do que aos irmãos.

É um caminho democrático, que faz uso inteligente de meios novos para tornar o debate público, mesmo quando de aparente interesse apenas partidário, e, mais importante, que garante transparência. É uma maneira de seleção que pode expor uma escolha ruim já a partir de quando ela feita.

Por mais que, evidentemente, a cidade de Fortaleza não tenha parado ontem, nem vá fazê-lo hoje, para ouvir o que têm a dizer os interessados em assumir a condição de candidato à continuação da gestão Roberto Cláudio, abrigados no PDT.

O que acontece de importante na novidade é que a decisão, dessa vez, não estará restrita ao que pensam e querem os iluminados de uma cúpula partidária ou política.

Os próximos passos, e debates, precisarão ser acompanhados para se entender até onde é pra valer o caminho que Roberto Cláudio, como presidente da executiva municipal pedetista, escolheu trilhar para levar à escolha do candidato à continuação de seu governo.

O fato de a experiência inicial ter sido interessante, e foi, não garante que o desfecho necessariamente reproduzirá a melhor decisão. De qualquer forma, indica que uma escolha em desacordo com o que a realidade dos debates apresentar poderá ser um dificultador a mais para quem for escolhido como candidato pelo PDT.