Colunista de política, Gualter George é editor-executivo do O POVO desde 2007 e comentarista da rádio O POVO/CBN. No O POVO, já foi editor-executivo de Economia e ombudsman. Também foi diretor de Redação do jornal O Dia (Teresina).
Colunista de política, Gualter George é editor-executivo do O POVO desde 2007 e comentarista da rádio O POVO/CBN. No O POVO, já foi editor-executivo de Economia e ombudsman. Também foi diretor de Redação do jornal O Dia (Teresina).
É possível concluir algo propondo-se a analisar a primeira semana de entrevistas com os pré-candidatos à prefeitura de Fortaleza organizada pelo Grupo O POVO? A maratona jornalística seguirá por mais duas semanas e meia, aproximadamente, e, como primeira observação, diga-se, para além de qualquer olhar cabotino, tem a importância de ajudar a organizar a cabeça do eleitor em relação ao que acontece nesse momento, que as circunstâncias transformaram em crucial ao processo.
A eleição de 2020 será diferente de qualquer outra e perceber isso cedo ajudará os envolvidos a buscarem tirar algum proveito dessa característica. Certamente, há aqueles que já abriram alguns corpos à frente na disputa exatamente por terem conseguido captar a tempo esse aspecto, moldando sua estratégia a uma realidade que não é a mesma de dois anos atrás, menos ainda aquela que se viveu no longínquo 2016 no qual escolharam-se prefeitos e vereadores Brasil afora.
As conversas com jornalistas do O POVO, enriquecidas pela participação de ouvintes e internautas cujas perguntas são incorporadas, permitem organizar melhor o cenário. É paradoxal, e reflexo de um tempo novo, que uma situação que desestimula e até proíbe o corpo a corpo registre, ao contrário, uma super-exposição dos atores políticos numa frenética programação de lives e ações semelhantes no mundo das redes sociais, muitas delas na base do nós com nós, que pouco agregam ao esforço de conquistar simpatias para fora do universo próprio que se frequenta.
Na política e em eleições, com especialidade, o "barulho" funciona quando inserido dentro de uma estratégia maior. Claro que se deve imaginar que os experientes envolvidos nas definições dos caminhos a serem trilhados sabem disso, até mais do que nós, duvidando-se, apenas, sobre a compreensão exata deles quanto ao nível bem maior de peculiaridades que o momento apresenta.
Há a pandemia e seus efeitos, existem as possibilidades quase infinitas de comunicação que os espaços virtuais possibilitam e também temos a capacidade de aprendizado das estruturas públicas e dos próprios eleitores com tudo que aconteceu dois anos atrás. O que funcionou ali, especialmente no campo da irregularidade e da distorção no uso das redes sociais, arrisca não levar agora aos mesmos resultados.
O aconselhável, diante de tudo, é que a série de entrevistas continue sendo acompanhada para se entender melhor, fora dos ambientes politicamente controlados, o que realmente tem a dizer quem se coloca nesse momento como pré-candidato à prefeitura da maior cidade do Ceará e uma das maiores do Brasil. Falando para todos que moram nela e não apenas para os seus. Cinco já ouvimos, faltam outros 12.
O governador Camilo Santana esteve em Brasília na semana. Na terça-feira, sendo mais exato. Com agenda inclusive no Palácio do Planalto, em audiência com o ministro-chefe da Secretaria de Governo, o general Luiz Eduardo Ramos, com quem consta que o petista mantém relação das mais cordiais. Por isso também, talvez, é que saiu dali anunciando-se bastante satisfeito com o resultado da conversa.
Uma outra parte da agenda voltou-se para a política. Camilo foi à presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffman, para discutir o cenário eleitoral de 2020 de Fortaleza. Aproveitou para reforçar sua tese de aliança com o PDT para derrotar um bolsonarista (que é como se tenta carimbar o Capitão Wagner), o que exigiria abrir mão da candidatura Luizianne Lins. Neste caso, a reação nem foi tão satisfatória assim.
A oposição está de olho: o prefeito de Sobral, Ivo Gomes (PDT), candidatíssimo à reeleição, dá um tempo nas preocupações com a pandemia e aperta o cerco sobre as empresas que tocam obras atualmente no município. Quer pressa, segundo tem demonstrado nos últimos dias em visitas e reuniões com empreiteiros ou representantes. A turma do outro lado está atenta para perceber se é coincidência ou se tem a ver com o calendário eleitoral.
Por falar em Sobral e calendário eleitoral, quem se movimenta nas duas direções é o Capitão Wagner, com seu Pros. É quase certo que, com seu estímulo pessoal, a sigla tenha candidato contra o projeto de reeleição de Ivo Ferreira Gomes e as conversas encaminham para o nome do ex-tucano José Domingues Guimarães, irmão de Francisco Guimarães, atualmente, 2º suplente do senador Eduardo Girão (Podemos).
Até tardiamente, mas a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), através da seccional cearense, no caso, começa a sair do discurso à prática em suas lutas históricas contra desigualdades de todos os níveis da sociedade. Está marcado para amanhã, às 16 horas, o lançamento do projeto "Paridade Já", cujo objetivo é levar à equidade de gênero nas próximas eleições internas. Movimento, claro, em favor das advogadas mulheres.
Presidente da OAB no Ceará, Erinaldo Dantas considera a iniciativa "um marco histórico" e explica que "a igualdade deve ser alcançada em todos os setores: Conselho Federal, Conselho Seccional, Subseções e Caixas de Assistência". Vice-presidente, Vládia Feitosa vai na mesma linha de entusiasmo e entende como dever da Ordem "adotar ações e medidas que tornem possível regulamentar a paridade de genero no seu sistema eleitoral".
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