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O perfil veio antes do nome
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Colunista de política, Gualter George é editor-executivo do O POVO desde 2007 e comentarista da rádio O POVO/CBN. No O POVO, já foi editor-executivo de Economia e ombudsman. Também foi diretor de Redação do jornal O Dia (Teresina).

O perfil veio antes do nome

Tipo Opinião
ROBERTO Cláudio disse que a governadora descumpriu acordo entre os quatro pré-candidatos do PDT (Foto: REPRODUÇÃO/FACEBOOK/ROBERTO CLÁUDIO)
Foto: REPRODUÇÃO/FACEBOOK/ROBERTO CLÁUDIO ROBERTO Cláudio disse que a governadora descumpriu acordo entre os quatro pré-candidatos do PDT

É chapa pra ganhar? A pertinente pergunta passou a circular em muitas conversas a partir de quando, no fim de tarde, deu-se como certa a escolha do deputado estadual José Sarto como candidato do PDT à prefeitura de Fortaleza e, mais surpreendente, a definição de Élcio Batista, do PSB, como seu vice.

A leitura inicial possível é que o partido mostra não estar mesmo disposto a perder, sem luta, o controle da principal cidade que administra hoje no País.

Há ciência na decisão oficializada pelo prefeito Roberto Cláudio, também presidente do PDT de Fortaleza, porque, sabe-se bem, a ele próprio não era o desfecho que parecia mais interessante.

Sua preferência pessoal tinha o nome de Samuel Dias, ou seja, aspectos outros que não o gosto de quem conduzia diretamente o processo acabaram pesando mais para decisão final que se tomou.

Os debates internos funcionaram bem no objetivo real de, além de passar a ideia de democratização na escolha, permitir que se ganhasse tempo na construção do perfil da candidatura.

Mais do que um nome, interessava acumular informações junto ao eleitor, algo que as pesquisas fornecem com grande força de verdade, para entender o que se espera de um candidato que, nesse momento, vá às ruas defender a ideia de continuidade de uma gestão em Fortaleza.

Sarto pode até parecer um paradoxo nesse sentido, comparado, por exemplo, ao já citado Samuel Dias, afinal, a figura mais próxima a RC dentre todos que o cercaram ao longo dos quase oito anos como prefeito, excluído o irmão, Prisco Bezerra, que serviu no primeiro mandato.

Acontece que a necessidade de colocar o perfil à frente do nome transformou-se em vantagem para o calejado parlamentar, hoje presidente da Assembleia, com seu histórico de mandatos na Câmara, uma trajetória própria construída e maior capacidade, que a experiência lhe dá, para enfrentar uma campanha que não se anuncia fácil.

E Élcio, o que faz ali? Basicamente, coloca Camilo Santana na chapa, através de uma pessoa de sua total confiança, esperando-se que o movimento seja suficiente para bagunçar a cabeça de quem pretende votar olhando para onde balança, de verdade, o governador do PT.

Uma tentativa de responder à pergunta inicial, como resumo da operação política que começou a ser desenhada com o anúncio da surpreendente chapa Sarto-Élcio, indica que, sim, ela é competitiva.

Nem de longe, porém, com força bastante que lhe possa dar, agora, uma condição de favorita.

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