Colunista de política, Gualter George é editor-executivo do O POVO desde 2007 e comentarista da rádio O POVO/CBN. No O POVO, já foi editor-executivo de Economia e ombudsman. Também foi diretor de Redação do jornal O Dia (Teresina).
Colunista de política, Gualter George é editor-executivo do O POVO desde 2007 e comentarista da rádio O POVO/CBN. No O POVO, já foi editor-executivo de Economia e ombudsman. Também foi diretor de Redação do jornal O Dia (Teresina).
Gostei, sendo sincero, do teor da nota do comando estadual do Pros como resposta oficial à operação de hoje da Polícia Federal que resultou da investigação sobre irregularidades na campanha eleitoral de 2018.
Em resumo, as fortes suspeitas de que plantou-se ali uma candidatura "laranja", incluída na lista apenas para justificar o uso de recursos públicos do Fundo Eleitoral.
Foram oito mandados de busca e apreensão, parte deles cumpridos na própria sede partidária, para apurar indícios de irregularidades relacionadas à candidatura, dois anos atrás, de Débora Ribeiro na disputa por vaga à Assembleia Legislativa.
Uma empreitada que mereceu R$ 274 mil do Fundo para um desempenho que gerou estranheza porque precisaria ter sido bem melhor para chegar ao estágio de ruim: 47 votos.
A reação oficial do Pros é boa porque foge do mimimi de sempre, quando agremiações ou políticos terminam sendo alvos de alguma ação do tipo em momentos eleitorais ou próximo a eles.
O partido, de maneira serena e objetiva, diz estar ajudando nas investigações, destaca que não pactua com qualquer ilícito praticado e dá ali qualquer resposta vazia, quase protocolar, sobre a desproporcional destinação de dinheiro à esquecida (pelo eleitor) candidata.
Não é um conteúdo, evidentemente, com força para refutar a gravidade da acusação que está sendo feita.
Deve-se dizer, sem envolvimento direto aparente da atual cúpula, comandada pelo deputado federal, e candidato à prefeitura de Fortaleza, Capitão Wagner.
Este é o ponto interessante, ao meu ver, porque não veio de imediato aquele discurso de vitimização político-eleitoral, de queixa em relação ao momento em que tudo acontece e outros tipos mais de comportamento que, de verdade, querem apenas tirar o foco do que interessa.
É evidente que sendo uma operação da Polícia Federal e com o candidato do Pros alinhado com boa parte dos apoiadores do presidente Bolsonaro em Fortaleza ficaria mesmo difícil emplacar esse tipo de discurso.
Mesmo assim, vale registrar o acerto da linha de resposta adotada, pelo menos, no momento inicial em que o problema surgiu. Caso ele persista a gerar crises, talvez a estratégia mude.
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