Colunista de política, Gualter George é editor-executivo do O POVO desde 2007 e comentarista da rádio O POVO/CBN. No O POVO, já foi editor-executivo de Economia e ombudsman. Também foi diretor de Redação do jornal O Dia (Teresina).
Colunista de política, Gualter George é editor-executivo do O POVO desde 2007 e comentarista da rádio O POVO/CBN. No O POVO, já foi editor-executivo de Economia e ombudsman. Também foi diretor de Redação do jornal O Dia (Teresina).
Há quem considere exagerado que a disputa pela prefeitura de Fortaleza tenha 10 candidatos, número que restou confirmado após concluída a etapa das convenções partidárias.
Acho, ao contrário, que diante da quantidade absurda de siglas que há funcionando no Brasil (33 aptas a participar de eleição), parte delas sem qualquer norte ideológico e muitas vezes servindo apenas aos interesses de quem os comanda, pode-se considerar até razoável o cenário definido na cidade para 2020.
Até pelo ponto pouco destacado que há um modelo diferente de eleição vigorando e que praticamente empurra os partidos à candidatura própria.
A regra que impede coligações na disputa proporcional bagunçou as estratégias e é muito defensável, no aspecto em que proíbe acertos nos quais, em geral, prevaleciam conveniências menores e que terminavam gerando alguns monstrengos políticos.
Na ponta, uma situação que até desvirtuava o interesse manifesto pelo eleitor, porque apontava-se numa linha através da escolha e o beneficiado direto, pelo somatório de votos para distribuição de vagas por coligação, era muitas vezes de um outro tipo de pensamento. Diametralmente oposto em algumas situações.
Portanto, a despeito da poluição numérica aparente, dá pra dizer que o horizonte estará mais limpo para uma escolha do eleitor mais de acordo com o seu pensamento político real, tanto na disputa proporcional como, também, na majoritária.
O segundo turno, que pode acontecer em Fortaleza, existe para, exatamente, permitir que as aproximações e as alianças entre afins aconteçam no seu momento adequado.
Agora, um desafio importante está posto para os escolhidos nas convenções que ocuparam o calendário eleitoral nos últimos 16 dias: tocar uma campanha que no geral ninguém sabe muito ao certo como será. E fazê-lo olhando cada um dos nove outros candidatos como, claro, um adversário, ao mesmo tempo em que sem perder de vista o potencial que igualmente apresentam de fortalecer a campanha numa etapa seguinte.
Claro que não é uma regra que valha para todos os casos, mas aplica-se à maior parte deles. Muito mais quando a realidade da política, como acontece no Brasil, garante flexibilidade às ideologias e permite conversas e acordos explicáveis apenas e unicamente pelo interesse de chegar ao poder.
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