
Colunista de política, Gualter George é editor-executivo do O POVO desde 2007 e comentarista da rádio O POVO/CBN. No O POVO, já foi editor-executivo de Economia e ombudsman. Também foi diretor de Redação do jornal O Dia (Teresina).
Colunista de política, Gualter George é editor-executivo do O POVO desde 2007 e comentarista da rádio O POVO/CBN. No O POVO, já foi editor-executivo de Economia e ombudsman. Também foi diretor de Redação do jornal O Dia (Teresina).
Começou. A Assembleia Legislativa projeta, para 2020, um clima dos mais quentes com a mistura explosiva do debate político-ideológico de todo dia com a entrada em cena do cenário eleitoral, igualmente potencializador de confusões. O dia de ontem deu largada ao processo e, convenhamos, em "alto estilo".
Quem abriu a temporada, não poderia ser outro, foi o deputado estadual André Fernandes (Republicanos), queixando-se, desde a tribuna, da letargia que envolve os processos de investigação interna contra outros parlamentares, ao contrário da rapidez com que seu caso foi levado ao Conselho de Ética, e de lá com igual presteza para o plenário, impondo-lhe uma punição severa, encerrada no último domingo.
Uma queixa absolutamente procedente, diga-se de passagem. Será ruim para o próprio Legislativo que se caracterize uma postura contra um deputado diferente, para pior, daquela que é assegurada ao conjunto dos 46 integrantes. Todos ali com os mesmos direitos e garantias.
Acontece que André Fernandes, por ser André Fernandes, não se limitou a cobrar tratamento isonômico. Na verdade, lançou o processo eleitoral na discussão ao fazer juízo de valor acerca da lentidão no processo que corre contra o deputado Bruno Gonçalves (PL), envolvido com vazamentos que apresentaram a sua voz em conversa gravada com um pré-candidato a vereador em Fortaleza entendida como tentativa de compra de apoio.
Para o jovem deputado, recém saído de uma "geladeira" de 30 dias e que volta com a mesma disposição de bagunçar o coreto, o presidente José Sarto, que é candidato a prefeito de Fortaleza pelo PDT, poupa Bruno porque tem o apoio dele em 2020.
Fez menção, inclusive, ao registro de encontro recente entre os dois para manifestação pública do parlamentar do PL em favor do atual comandante da Assembleia na sua aventura eleitoral fortalezense.
Bom, organizou-se uma resposta rápida à provocação de André Fernandes, muitos deputados saíram em sua defesa e o debate foi embora.
E a questão é essa: teremos, nos próximos dias e meses, um plenário da Assembleia praticamente inoperante em termos de produção legislativa, aquela coisa de leis e tal, mas, por outro lado, bastante animado pela profusão de candidatos nas disputas municipais.
Uma parte deles, numa lista que inclui o presidente atual, candidatos em Fortaleza, o que só complica mais a situação. Apertemos os cintos!
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