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Pesquisa O POVO Datafolha traz muitas dúvidas e uma quase certeza
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Colunista de política, Gualter George é editor-executivo do O POVO desde 2007 e comentarista da rádio O POVO/CBN. No O POVO, já foi editor-executivo de Economia e ombudsman. Também foi diretor de Redação do jornal O Dia (Teresina).

Pesquisa O POVO Datafolha traz muitas dúvidas e uma quase certeza

Tipo Análise

Com um tempo de menos de um mês a contar até 15 de novembro, data em que a eleição acontece, o Datafolha consolida um desenho de cenário em que a hipótese de solução da disputa em Fortaleza sem a necessidade de um segundo turno apresenta-se bastante remota. Impossível não é, porque falamos de uma intenção manifesta, que não pode ser confundida com o ato concreto de votar, mas para que aconteça um desfecho definitivo já nessa etapa há necessidade de uma mudança muito profunda no quadro que temos hoje e que a pesquisa captou.

Os números que rondam as candidaturas de um bloco que podemos chamar de principal, no qual estão Capitão Wagner (Pros), com 33% das intenções de voto, Luizianne Lins (PT), com 24%, e José Sarto (PDT), com 15%, indicam que somente um fenômeno que não parece nesse momento à vista de ninguém levaria qualquer deles a disparar rumo aos 50% mais um necessários para se resolver logo a parada.

No geral, tem-se um quadro que era de previsão possível, mesmo que seja necessário um mergulho em alguns dados para perceber nuances que ajudam a explicar algo do que o Datafolha já colheu agora, e, mais importante, que serão fundamentais para nortear as opções das campanhas em relação ao tempo que ainda está por vir. Há informações preciosas extraíveis dali sobre o que é necessário fazer e, tão importante quanto, acerca do que se deve evitar. Talvez até seja mais estratégico olhar para estes últimos dados com mais atenção do que para aqueles primeiros.

É que o eleitor demonstra uma certa confusão ao expor sua visão acerca do que representam as candidaturas, faz alguns cruzamentos incoerentes, demonstra precisar ainda de mais algum tempo para entender quem representa o quê dentro da disputa. Justificadamente, deve-se dizer, considerando, por exemplo, que Luizianne é a candidata do PT, mas não a do governador Camilo Santana, que gostaria de ser mais enfático na simpatia pelo nome de Sarto, mas não pode; e, finalmente, que Wagner acha interessante o apoio do "governo federal", desde que não precise citar o nome Bolsonaro.

A pesquisa posiciona os candidatos e, a partir de agora, estreita-se a margem em que os erros podem ser cometidos. Será necessário aclarar as dúvidas, quando elas existirem em prejuízo de si, e ampliá-las, talvez aumentando um pouco a confusão na cabeça de quem vai votar, naqueles casos em que o prejuízo pode ser de um adversário. O que o DataFolha explicitou é que há ainda muito por fazer para esclarecer o fortalezense e envolvê-lo com o processo eleitoral, coisa que a pesquisa mostra que ainda não aconteceu, sendo que o tempo disponível é bem exíguo.

No reino do fofoquismo

Uma lamentável praga de boatos avançou nos últimos dias sobre a campanha eleitoral em Fortaleza. Entre as "vítimas", o prefeito Roberto Cláudio, obrigado, na tarde de sexta-feira, a negar que estivesse novamente acometido pela Covid-19 e até internado em hospital. Ainda bem que pode fazer o desmentido diante de muitas testemunhas enquanto entregava casas populares na comunidade Alto da Paz.

A etapa da Lava Jato

Por falar em fofocas e histerismos de tempos eleitorais, é quase engraçado o comportamento de setores políticos em relação a situações determinadas que acontecem. Por exemplo, cobranças feitas sobre o que se noticiou do evento da última quinta-feira, na qual alguns endereços do Ceará foram visitados por agentes da Polícia Federal dentro de mais uma etapa da operação Lava Jato. Sabe-se que relacionada à delação dos irmãos Joesley e Wesley Batista, da JBS.

O jornalismo e o jogo

Mais do que isso não se sabe e a Polícia Federal, procurada, disse que não poderia informar. Não deu nomes e se recusou, até, a descartar alguns que estavam sendo especulados para festa de setores políticos aos quais interessava uma versão determinada. Quem preza pela informação, claro, fez sua apuração, cruzou dados, checou situações e, ao final, publicou o que era possível publicar. Há um jogo eleitoral, respeite-se, cabendo ao jornalismo localizar o seu limite.

O deputado sabe ser deputado

Iniciativa interessante do deputado André Fernandes, do Republicanos: publicou em suas redes sociais um balanço das atividades desde quando voltou ao mandato, após suspensão de 30 dias, registrando 12 projetos apresentados, 20 requerimentos, 54 ofícios e três pareceres na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia. Imaginemos que a punição tenha gerado o didatismo esperado na compreensão pelo jovem político do que seja seu papel como parlamentar.

Enquanto isso, na TV Bolsonaro

Poucas coisas conseguirão expressar com clareza igual o absurdo atraso político que experimentamos hoje quanto o momento "abraço no presidente Bolsonaro" do locutor de emissora oficial na partida entre Brasil e Peru, terça-feira passada. Quem caprichou no tom crítico lá atrás para falar em "TV do Lula", quando o PT anunciou o projeto da TV Brasil, há de pensar agora sobre quem de fato deturpou o conceito de emissora pública no País.

Hipocrisia que dá resultado?

A programação de carreatas dos adversários continua indignando Célio Studart, candidato do PV à prefeitura de Fortaleza. Para ele, quem promove esse tipo de evento, que considera "um desrespeito com a população", e depois aparece defendendo a saúde pública é "hipócrita". Interessante notar que as campanhas que mais realizam ações do gênero são as do Capitão Wagner, de Luizianne Lins e de José Sarto, ou seja, as três melhor posicionadas, tornando necessária a pergunta: mudar por quê?

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mil garrafas de álcool em gel chegaram ao TRE, como doação, para serem distribuídos entre os mesários que trabalharão nas zonais eleitorais no Ceará, em 15 de novembro


482
mil máscaras faciais descartáveis também foram doadas e já se encontram no depósito do Tribunal. Tudo doado por um conjunto de 26 empresas.

 

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