Colunista de política, Gualter George é editor-executivo do O POVO desde 2007 e comentarista da rádio O POVO/CBN. No O POVO, já foi editor-executivo de Economia e ombudsman. Também foi diretor de Redação do jornal O Dia (Teresina).
Colunista de política, Gualter George é editor-executivo do O POVO desde 2007 e comentarista da rádio O POVO/CBN. No O POVO, já foi editor-executivo de Economia e ombudsman. Também foi diretor de Redação do jornal O Dia (Teresina).
O governador Camilo Santana (PT), mesmo ele, já não tem o pudor de antes para falar sobre os planos eleitorais para 2022. Na longa conversa com a turma do UOL, na semana passada, admitiu, sem meias palavras, que está disposto a entrar na briga pela vaga no Senado, agitando as conversas que acontecem longe dos microfones e dos espaços captados pelos jornalistas. Uma mudança em relação ao comportamento reticente de até então, alguns considerando que seja efeito dos movimentos recentes da oposição que, lembremos, teve o Capitão Wagner apresentando-se oficialmente como pré-candidato à sucessão estadual.
A voz que Camilo mais ouve nas grandes decisões que precisa tomar, pessoais ou políticas, carrega o seu sobrenome e o próprio sangue, já que se trata do pai, Eudoro Santana. Os aconselhamentos de agora indicam que o momento favorável não recomenda que o governador adote um caminho que o deixe sem mandato a partir de 2023, ou seja, o que for feito nesse momento será no sentido de encaixar uma candidatura do petista ao Senado, como ele próprio já começa a tratar de público. Inexiste um outro horizonte vislumbrado.
A questão é que a conversa entre aliados para montagem do palanque que tentaria uma continuação do grupo atual anda mais tensa do que faz crer a calmaria aparente reinante. Existe um nome de simpatia da turma que decide, que é o do ex-prefeito Roberto Cláudio (PDT), o próprio Camilo é entusiasta da opção, mas há resistências internas importantes que ainda precisam ser contornadas. Falando-se dos que estão livres para apoiar candidatos locais sem amarras nacionais, porque há ainda por considerar o estado de beligerância nacional esperada entre PT e PDT, inviabilizando qualquer aliança formal no Ceará.
O ideal com o qual trabalha o governador petista é a montagem de um palanque majoritário estadual sem candidato ao governo, puxado por sua candidatura ao Senado. O apoio ao nome do grupo Ferreira Gomes se daria na base da informalidade, trabalhando por dentro e sem o uso dos espaços formais da campanha petista. Tudo muito complexo, mas que precisa ser pensado desde já porque, repita-se, há uma oposição se movimentando sem qualquer timidez na ocupação dos espaços onde a dúvida ainda exista. Por isso é que o discurso de Camilo está mais aberto, ultimamente, quanto aos seus planos futuros na política.
A relatora do recurso apresentado no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) pelo prefeito de Juazeiro do Norte, Glêdson Bezerra (Podemos), e o seu vice, Geovanni Sampaio (PSD), que tiveram os mandatos cassados em decisão do juiz da 28ª Vara, é Kamile Castro. Uma má notícia para a dupla, lembrando-se ter sido dela, às vésperas do dia da eleição em 2020, a decisão, depois derrubada pelo pleno do TRE, que indeferiu a candidatura, negando-lhe registro.
Para o caso ser apreciado pelo pleno depende apenas da própria relatora pedir sua inclusão na pauta. O Ministério Público Eleitoral, em parecer de 44 páginas, manifesta-se pela manutenção da sentença do juiz, o que representaria, além da perda do mandato para Glêdson e Geovani (e a consequentemente, realização de uma eleição suplementar em Juazeiro do Norte) também inelegibilidade de oito anos para ambos e para o empresário Gilmar Bender, dono do helicóptero utilizado sem que os gastos consequentes tenham constado nas contas oficiais da campanha.
Boa notícia para prefeitos e gestores municipais cearenses: o Tribunal de Contas do Estado (TCE) deu-lhes 30 dias a mais de prazo para que prestem contas do exercício de 2020. Até justo, em função do quadro persistente de pandemia que há desorganizado tanta coisa, embora o importante mesmo é que tudo esteja em ordem. Ou, não estando, que o órgão responsável pela fiscalização adote as providências necessárias para que os erros sejam corrigidos e, se necessário, os responsáveis, punidos. A Covid é justificativa para muita coisa, mas nem sempre consegue explicar tudo.
Naquele esforço que junta várias pontas e ações para se viabilizar um nome na corrida presidencial "fora dos extremos", um grupo peso-pesado da economia está à frente de um movimento que será deslanchado a partir de hoje. Chamado de "Parlatório" e com a curadoria do ex-presidente Michel Temer, consistirá numa série de conversas sobre a conjuntura e as perspectivas, em mais uma tentativa de encontrar um nome capaz de quebrar a polarização Lula x Bolsonaro, indesejada pelo grupo que tenta manter de pé o debate da terceira via.
É sintomático que o senador cearense Tasso Jereissati, do PSDB, tenha sido escolhido para abrir a temporada de conversas neste domingo, a partir de 18 horas. Como a escolha não foi por ordem alfabética, que o colocaria no final da fila, inclusive, imagina-se que indique uma certa predileção ou torcida para que, diante das opções existentes, o nome do tucano venha a vingar. Ciro Gomes, pré-candidato do PDT, também está na agenda e deve participar, embora ainda não existindo uma data acertada.
A entrada de "Daiany do Capitão" no jogo da política expõe mais um movimento do Capitão Wagner na montagem de sua estratégia eleitoral para 2022. Ninguém parece mais aceso do que ele em relação ao assunto e claro que a ideia é fazê-la candidata, à Assembleia ou à Câmara, de certa forma, fragilizando um discurso histórico de críticas contundentes aos, chamados, políticos profissionais. Sim, é a mulher dele, Daiany Bittencourt, que assina ficha no Republicanos nos próximos dias.
A semana passada teve votações importantes no Congresso, destacando-se entre elas o texto da Medida Provisória que facilita a venda da Eletrobras, e um polêmico projeto de lei que, na contramão das necessidades atuais, dificulta punições por improbidade administrativa. A tramitação desta última matéria chamou atenção por ter colocado como aliados, do lado do "sim", petistas e bolsonaristas, e, do lado do "não", parlamentares do Novo e do Psol. Confira o voto a voto da bancada cearense:
SIM
AJ Albuquerque (PP)
André Figueiredo (PDT)
Aníbal Gomes (DEM)
Danilo Forte (PSDB)
Domingos Neto (PSD)
Dr. Jaziel (PL)
Eduardo Bismarck (PDT)
Genecias Noronha (Solidariedade)
José Airton (PT)
José Guimarães (PT)
Leônidas Cristino (PDT)
Luizianne Lins (PT)
Odorico Monteiro (PSB)
Pedro A Bezerra (PTB)
Totonho Lopes (PDT)
Vaidon Oliveira (Pros)
NÃO
Capitão Wagner (Pros)
Célio Studart (PV)
Heitor Freire (PSL)
Idilvan Alencar (PDT)
AUSENTE
Júnior Mano (PL-CE)
Moses Rodrigues (MDB-CE)
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