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Resposta ruim do Capitão, o Wagner
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Colunista de política, Gualter George é editor-executivo do O POVO desde 2007 e comentarista da rádio O POVO/CBN. No O POVO, já foi editor-executivo de Economia e ombudsman. Também foi diretor de Redação do jornal O Dia (Teresina).

Resposta ruim do Capitão, o Wagner

Pré-candidato ao governo, deputado demonstrou falta de estratégia na maneira como decidiu reagir à entrevista em que Tasso Jereissati se disse decepcionado com ele, pela aliança com Bolsonaro
FORTALEZA, CE, BRASIL, 06-06-2016: Capitão Wagner, deputado estadual, fala com Tasso Jereissati, senador. Partido da Social Democracia Brasileiro (PSDB) oficializa apoio ao deputado estadual Capitão Wagner do Partido da República (PR) para as eleições municipais de 2016, durante evento realizado na Assembleia Legislativa do Ceará. (Foto: Aurélio Alves /Especial para O POVO) *** Local Caption *** Publicada em 04/06/2016 - PO 14
Publicada em 14/02/2018 - PO 04
Publicada em 20/02/2018 - PO 07 (Foto: AURÉLIO ALVES)
Foto: AURÉLIO ALVES FORTALEZA, CE, BRASIL, 06-06-2016: Capitão Wagner, deputado estadual, fala com Tasso Jereissati, senador. Partido da Social Democracia Brasileiro (PSDB) oficializa apoio ao deputado estadual Capitão Wagner do Partido da República (PR) para as eleições municipais de 2016, durante evento realizado na Assembleia Legislativa do Ceará. (Foto: Aurélio Alves /Especial para O POVO) *** Local Caption *** Publicada em 04/06/2016 - PO 14 Publicada em 14/02/2018 - PO 04 Publicada em 20/02/2018 - PO 07

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A forma como o deputado federal Capitão Wagner, pré-candidato ao governo do Ceará em 2022, reagiu às críticas que a ele foram feitas pelo senador Tasso Jereissati, do PSDB, na entrevista de Páginas Azuis publicada no O POVO da última segunda-feira, dia 3, indica, de sua parte, a inexistência de uma estratégia pronta para responder ao grande tema que sua campanha levará ao palanque e ao debate: a aliança com Jair Bolsonaro na sua provável tentativa de se reeleger presidente da República.

Tasso Jereissati, na entrevista, faz uma observação absolutamente pertinente, e política, ao justificar seu sentimento hoje de decepção com o ex-aliado, com quem já esteve junto em campanhas anteriores. De maneira legítima, e ajustado com a postura que adota desde 2018 e que nunca mudou, o tucano critica a aproximação de Wagner com Bolsonaro para o projeto eleitoral do próximo ano. O deputado, imagina-se, teria como rebater em outros termos e de outra forma, mas optou por um tom agressivo.

O caminho adotado, de ir mais pelo ataque pessoal ("rico e poderoso") e a desqualificação ("não aceita um novo líder sem padrinhos, vindo da periferia"), indica que o Capitão Wagner, na verdade, ainda não sabe como justificar o apoio a Bolsonaro, e vice-versa.

Tivesse sua linha argumentativa já pronta, ou em formulação, pelo menos, a entrevista de Tasso lhe daria a chance de testá-la, começando a preparar o espírito de um eleitor local que, mostram as pesquisas, na maioria reprova e rejeita a postura do presidente da República.

O episódio, além disso, termina por prejudicar a ideia de formação de uma frente ampla de oposição no Ceará, na perspectiva de tirar do poder um grupo que há quase 16 anos dá as cartas. Colocar em prática o estilo agressivo que marca Bolsonaro e sua trajetória, recusando-se a um debate mais elevado em torno de situações que precisam mesmo ser explicadas e, sem uma onda igual àquela que veio forte em 2018, pode restar ao Capitão Wagner o peso de um palanque nacional que mais afasta do que aproxima.

Não parece um bom caminho criar brigas desnecessárias, e extemporâneas, numa fase em que os times ainda estão sendo montados.

Foto do Guálter George

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