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Como ponto de partida, bom para todos
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Colunista de política, Gualter George é editor-executivo do O POVO desde 2007 e comentarista da rádio O POVO/CBN. No O POVO, já foi editor-executivo de Economia e ombudsman. Também foi diretor de Redação do jornal O Dia (Teresina).

Como ponto de partida, bom para todos

A primeira pesquisa Ipespe sobre a disputa pelo governo do Ceará, contratada pelo O POVO, aponta uma realidade que, a depender do foco de cada um, deve atender à expectativa de momento das campanhas de Capitão Wagner, Roberto Claúdio e Elmano de Freitas. É só ter capacidade de enxergar para além da frieza dos números
Candidatos ao Governo do Ceará em 2022: Capitão Wagner (União Brasil), Roberto Cláudio (PDT) e Elmano de Freitas (PT) (Foto: Montagem)
Foto: Montagem Candidatos ao Governo do Ceará em 2022: Capitão Wagner (União Brasil), Roberto Cláudio (PDT) e Elmano de Freitas (PT)

Há números para todos os gostos, consideradas as candidaturas maiores na disputa pelo governo do Ceará. Os articuladores das campanhas do Capitão Wagner (União Brasil), Roberto Cláudio (PDT) e Elmano de Freitas (PT) podem olhar os resultados colhidos pelo Instituto Ipespe, contratado pelo O POVO, cada qual com sua perspectiva própria, porque deles se pode extrair um quadro mais particularmente favorável a depender do interesse que esteja em jogo. Como ponto de partida, pode-se dizer que tá bom pra todo mundo.

Vejamos, primeiro, a situação do favorito Capitão Wagner. As pedras se moveram, a turma do outro lado entrou numa briga fraticida, dividiu forças, movimentos radicais que poderiam ter bagunçado um pouco sua estratégia de início de campanha, mas, cruzados os números colhidos pelo Ipespe, vê-se uma consistente estabilidade na posição de liderança do candidato do União Brasil.

Há sinais fortes de que a caminhada que fez até agora, aparentemente bem arquitetada nos seus objetivos e etapas, dá-lhe uma segurança muito grande para chegar ao momento decisivo, da campanha oficial nas ruas etc, oferecendo menos margem de ataque para os adversários.

Da mesma forma que há razões de um olhar positivo para o pedetista Roberto Cláudio, que está sendo obrigado a refazer estratégias depois de perder apoios que ocupariam posições de destaque nos seus cálculos de até outro dia. O ex-governador Camilo Santana é o caso mais notório, muito embora a perda mais destacável seja a do senador Cid Gomes, que mantém o mais absoluto silêncio e, através do irmão, Ivo, até manda recados de que quer distância da campanha e do candidato.

Pois bem, parece alvissareira, para o ex-prefeito de Fortaleza, o registro de que sua rejeição situa-se numa faixa igual à do desconhecido (na perspectiva de uma candidatura majoritária no porte ao qual terminou alçado) Elmano de Freitas. Ele com 30%, um ponto apenas acima do petista, que registra 29%.

Uma parte do discurso de Elmano Freitas perde força com esta situação, é verdade. No entanto, também no caso dele o ponto de partida que a pesquisa estabelece, sendo a primeira, certamente oferece bons argumentos para manter firme o discurso de que é uma candidatura com perspectivas reais de crescer ao longo da campanha.

Como disse, a capacidade que seus experientes articuladores tiverem de aprofundar sua análise dos números mais amplos, saindo da superficie imposta pelos dados que terminam prevalecendo numa primeira abordagem, fornece um material bastante interessante em relação aos caminhos disponíveis para que o petista, à frente, apareça alguns níveis acima do que esta pesquisa foi capaz de captar.,

É claro que não se deve cometer o erro de comparar esta pesquisa com qualquer outra que tinha sido feita. É a primeira de uma série que o instituto irá realizar, portanto, a melhor forma de utilizá-la de maneira eficiente, para além dos barulhos inevitáveis e justificados no campo do marketing, será mergulhar mais fundo no significado de cada um dos números apresentados.

Nesse sentido, os 38% de intenção de voto para Capitão Wagner, tanto quanto os 28% em Roberto Cláudio ou os 13% registrados para Elmano Freitas valem muito para agora, a realidade de hoje, mas podem dizer pouco em relação àquilo que poderemos ter mais adiante. Para a hora que realmente vale, quando o eleitor torna concreto, na urna, o que hoje manifesta como uma intenção.

A margem de erro máxima estimada é de 3,2 pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95,5%. A pesquisa foi realizada de 30 de julho a 2 de agosto. O Ipespe ouviu mil pessoas com 16 anos ou mais em todas as regiões do Ceará, por telefone, via sistema Cati Ipespe. A pesquisa foi contratada pelo O POVO e está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com os números BR-03845/2022 e CE-01693/2022.

Foto do Guálter George

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