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Eduardo Bolsonaro disse o que já sabia: não precisa de dinheiro
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Colunista de política, Gualter George é editor-executivo do O POVO desde 2007 e comentarista da rádio O POVO/CBN. No O POVO, já foi editor-executivo de Economia e ombudsman. Também foi diretor de Redação do jornal O Dia (Teresina).

Eduardo Bolsonaro disse o que já sabia: não precisa de dinheiro

O deputado agradeceu de coração quem pensou em levantar a arrecadação e quem já se dispunha a alimentá-la financeiramente para dizer aquilo que suas próprias redes sociais denunciam à farta: ele não precisa! Por isso a coluna volta ao assunto.
Michelle e Eduardo Bolsonaro viajaram para os Estados Unidos. Bolsonaro não teve o passaporte autorizado pelo STF (Foto: Reprodução/Instagram Eduardo Bolsonaro)
Foto: Reprodução/Instagram Eduardo Bolsonaro Michelle e Eduardo Bolsonaro viajaram para os Estados Unidos. Bolsonaro não teve o passaporte autorizado pelo STF

A coluna abordou criticamente, em sua atualização mais recente, a esdrúxula opção de líder político de grande relevância hoje no País, o ex-presidente Jair Bolsonaro, por correr aos apoiadores e lhes pedir ajuda financeira a pretexto de fazer frente a despesas que nem sempre se consegue vincular às suas ações políticas. Qual a razão, por exemplo, de as pessoas fazerem uma vaquinha para que ele pague multas aplicadas por desrespeito às regras de trânsito?

A gente sequer consegue entender os espantosos R$ 17 milhões amealhados em etapa anterior da campanha de arrecadação, valor muito acima do que seria justificável pelas despesas previstas e que não se sabe com o quê exatamente está sendo gasto, e eis que surge o ex-ministro Gilson Machado, em vídeo no qual está ladeado pelo próprio Jair Bolsonaro, que consente com tudo que é dito pelo silêncio, para anunciar que uma nova vaquinha deve ser necessária. É algo inacreditável.

Tão inacreditável que um dos prováveis beneficiários, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho de Jair, correu para informar que dispensa a ajuda. Agradeceu de coração (eu também o faria) quem pensou em levantar a arrecadação e quem já se dispunha a alimentá-la financeiramente, para dizer aquilo que suas próprias redes sociais denunciam à farta: ele não precisa! Por isso é que a coluna volta ao assunto.

Eduardo Bolsonaro, com sua atitude, joga um pouco de racionalidade na conversa, que era fantástica demais para se sustentar de pé. O tal Gilson Machado na própria transmissão em que sugere reativação da campanha de pedido de dinheiro para os Bolsonaro pagarem suas contas, informa que ainda restam R$ 9 milhões do arrecadado anteriormente. Por extenso e em tom exclamativo: nove milhões de reais!

É demais, até para os padrões já fora dos padrões que o bolsonarismo implementou na política. Fez bem o deputado ao sugerir, em termos educados e com todo cuidado possível, que seu nome seja excluído da patacoada.

Uma espécie de pedido para que continue seu “doloroso exílio” na terra de Donald Trump, marcada, vez ou outra, por um passeio pelos parques famosos da Flórida ou pela presença naqueles rodeios tipicamente americanos. Sendo com seu dinheiro fica mais fácil de desfrutar e, por outro lado, da sociedade entender.

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