
Colunista de política, Gualter George é editor-executivo do O POVO desde 2007 e comentarista da rádio O POVO/CBN. No O POVO, já foi editor-executivo de Economia e ombudsman. Também foi diretor de Redação do jornal O Dia (Teresina).
Colunista de política, Gualter George é editor-executivo do O POVO desde 2007 e comentarista da rádio O POVO/CBN. No O POVO, já foi editor-executivo de Economia e ombudsman. Também foi diretor de Redação do jornal O Dia (Teresina).
Havia uma grande expectativa para o que apontariam as primeiras pesquisas após a descoberta do escândalo do INSS no mês de abril, com todo o desgaste próprio que ela trouxe para dentro da gestão Lula. Eis que surge o resultado do levantamento da Quaest, que ouviu a população entre os dias 29 de maio e 1º de junho, mostrando que, no frigir dos ovos, quase nada mudou. Uma boa e uma má notícia para o governo.
A desaprovação segue praticamente a mesma, passando de 56% para 57% da pesquisa anterior para esta. Ou seja, oscilação de um ponto percentual, significando, do ponto de vista estatístico, que pelos dados gerais consolidados tudo segue como antes no contexto de uma margem que aceita erro de dois pontos para mais ou para menos. A aprovação, na outra ponta, movimenta-se negativamente de 41% para 40%.
Praticamente todos os números, observados em fases estratificadas, movimentam-se dentro da margem aceita. Uns aumentando a reprovação ao governo, outros apresentando alguma recuperação na avaliação popular, mas o certo é que nenhum demonstra um efeito direto e expressivo do escândalo da vez, registrado no INSS e relacionado a desvios praticados com dinheiro dos indefesos, e mal pagos (em regra), aposentados brasileiros. Com potencial explosivo inquestionável.
Problema mesmo para Lula e seu governo é que o tempo avança, daqui a pouco chegamos ao ano eleitoral de 2026, e a esperada reversão do quadro de desaprovação não acontece. Nem sequer começa a aparecer como sinal de mudança na tendência.
Os índices da Quaest, por mais que pareçam estáveis entre a pesquisa anterior e a que tem seus números revelados agora, continuam em patamar alto demais para dar tranquilidade ao cotidiano de um governo sob pressão permanente.
Mais ainda quando se entende como necessário demonstrar força para atrair aliados políticos diante do duro enfrentamento de uma oposição que tem se mostrado eficiente no seu interesse de manter um quadro de permanente instabilidade política e, por consequência, de gerar uma sensação na sociedade de que as coisas não melhoram. Até pioram em boa parte da percepção popular.
Movimentar-se dentro das margens, para baixo ou para cima, não resolverá o problema de Lula, como presidente ou como candidato. Se candidato for.
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