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A fraqueza de Tarcísio de Freitas está na sua "força"
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Colunista de política, Gualter George é editor-executivo do O POVO desde 2007 e comentarista da rádio O POVO/CBN. No O POVO, já foi editor-executivo de Economia e ombudsman. Também foi diretor de Redação do jornal O Dia (Teresina).

A fraqueza de Tarcísio de Freitas está na sua "força"

Vou insistir, meio que brigando com os fatos, o que não chega a ser uma novidade dos tempos atuais, que o objetivo prioritário do governador é continuar despachando no Palácio dos Bandeirantes a partir de janeiro de 2027
Tarcísio apagou a foto com boné de apoio a Trump (Foto: Reprodução/Redes Sociais)
Foto: Reprodução/Redes Sociais Tarcísio apagou a foto com boné de apoio a Trump

Tarcísio de Freitas (Republicanos), para maioria dos analistas, movimenta-se como pré-candidato do bolsonarismo à presidência da República no ano que vem. Eu, ao contrário, faço parte da minoria que o observa com foco numa reeleição como governador de São Paulo, caminho que parece aberto agora e que pouco precisa de uma chancela do líder do grupo político ao qual segue pertencendo para ser percorrido mais adiante.

A minoria que pensa igual a mim deve estar ainda menor (perdoem a redundância) depois do que aconteceu neste domingo, na avenida Paulista. Tarcísio de Freitas sacou sua versão mais radical e partiu pra cima do ministro Alexandre de Moraes, do STF, chamando-o de "tirano" e até colocando em xeque a democracia, a mesma que, a partir de suas virtudes e defeitos, fez dele o atual governador de São Paulo.

Vou insistir, meio que brigando com os fatos, o que não chega a ser uma novidade dos tempos atuais, que o objetivo prioritário do governador é continuar despachando no Palácio dos Bandeirantes a partir de janeiro de 2027. Porém, claro, espertamente colocando-se à disposição para uma disputa presidencial, sob a condição, não confessada, de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o atual presidente, não chegar competitivo à temporada eleitoral. Variável fora do controle do bolsonarismo.

A guinada dos últimos dias, assumindo de cabeça a articulação da anistia ampla e irrestrita nas agendas recentes em Brasília e com o discurso radicalizado do domingo, expõe, nas suas entranhas, um político frágil além do que se pode considerar aceitável dada a sua condição de neófito na política. De fato, é preciso lembrar, ele só chegou à posição na qual está hoje porque Jair Bolsonaro apontou o dedo em sua direção no ano de 2022 e o fez candidato em São Paulo.

O padrão de lidar com pressões que Tarcísio de Freitas apresenta na forma débil e entregue como reage às cobranças de parte dos bolsonaristas em relação à forma como deve lidar com o julgamento no STF, em especial da família Bolsonaro, sinaliza para um presidente, vindo ele a ocupar o posto, pouco resistente a gritos e pressões. Talvez funcione para viabilizar uma candidatura, mas, com certeza, não serve àquele que senta na cadeira mais poderosa da República.

Foto do Guálter George

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