Colunista de política, Gualter George é editor-executivo do O POVO desde 2007 e comentarista da rádio O POVO/CBN. No O POVO, já foi editor-executivo de Economia e ombudsman. Também foi diretor de Redação do jornal O Dia (Teresina).
Colunista de política, Gualter George é editor-executivo do O POVO desde 2007 e comentarista da rádio O POVO/CBN. No O POVO, já foi editor-executivo de Economia e ombudsman. Também foi diretor de Redação do jornal O Dia (Teresina).
Há quem defenda como resultado de um método, bem pensado e eficientemente executado, a maneira caótica como o presidente da República toca as coisas a partir do posto que atualmente ocupa na política. Que vem a ser, apenas, o de maior importância da nossa estrutura institucional, representando que cada ação sua afeta, direta ou indiretamente, a vida de todo cidadão brasileiro, goste ou não dele, apoie ou não seu estilo, tenha ou não cravado o 17 no voto de um ano atrás.
Penso diferente e, na minha compreensão, Bolsonaro é somente alguém despreparado para o cargo de presidente da Republica que, por isso, não mede os passos na perspectiva do efeito que eles podem ter, especialmente os errados, para o conjunto da população. Numa outra ponta, afetando os interesses do governo que lidera. Não pode haver método numa estratégia que precisa da bagunça e da instabilidade, é incompatível.
Peguemos o exemplo da crise atual no PSL. É improvável que o governo tenha algum ganho - portanto, não deveria interessar ao presidente -, quando o maior partido que lhe dá sustentação na Câmara vivencia uma guerra fraticida no nível que se assiste, com trocas de acusações, divulgação de áudios de conversas até de Bolsonaro sobre assuntos intestinos, denúncias daqui pra á e de lá pra cá, listas falsas. Tudo coisa que talvez até seja mais comum do que imaginamos à vida orgânica dos partidos com suas brigas eternas pelo poder, mas, em geral, faz-se algum esforço para manter nos limites do ambiente interno, evitando lhe dar publicidade.
O que chama atenção nesse caso, então, é que a confusão ganhou as ruas por iniciativa do próprio Bolsonaro. Foi ele, lembre-se, que deflagrou toda a parte pública da crise e a transformou em balbúrdia ao recomendar a um apoiador que "esquecesse o Luciano Bivar", porque ele estaria "muito queimado", ao ver o nome do presidente nacional do PSL citado positivamente durante a gravação de uma selfie. Desde então, a bagunça tomou de conta, o partido partiu-se ao meio e o quadro, nesse momento, indica uma cisão incontornável.
Um problema que poderia ser apenas do PSL, transforma-se numa agrura que afeta, indiretamente, o País. Pior disso é que por decisão de quem deveria mais trabalhar para não contaminar uma situação com a outra, no caso, o próprio Jair Bolsonaro. É impossível imaginar que exista método por trás de algo assim, pelo menos dentro de um ambiente em que se faça presente uma preocupação mínima em preservar os valores democráticos.
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