Colunista de política, Gualter George é editor-executivo do O POVO desde 2007 e comentarista da rádio O POVO/CBN. No O POVO, já foi editor-executivo de Economia e ombudsman. Também foi diretor de Redação do jornal O Dia (Teresina).
Colunista de política, Gualter George é editor-executivo do O POVO desde 2007 e comentarista da rádio O POVO/CBN. No O POVO, já foi editor-executivo de Economia e ombudsman. Também foi diretor de Redação do jornal O Dia (Teresina).
É humilhante a situação do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), depois de tentar frequentemente desmoralizar seu auxiliar agindo de público em total desacordo com o que ele recomenda ao conjunto da população brasileira, deu-lhe hoje um golpe ainda mais claro ao impor uma grande mudança às coletivas diárias que comandava para atualizar o País sobre o avanço dos números da crise do Coronavírus, desde quando ela chegou pra valer por aqui.
As entrevistas passam a acontecer no Palácio do Planalto, coordenadas pelo ministro da Casa Civil, General Braga Neto, e Mandetta recolhe-se à condição de coadjuvante, no mesmo plano de vários outros colegas. A alegativa, para inglês ver, é que o governo precisa mostrar à sociedade que existe uma ação articulada e sistêmica no combate, uma ideia de unidade que não resiste a duas frases de Bolsonaro.
Os sinais claros de desarticulação do governo não têm a ver com as declarações e procedimentos dos ministros. Quem cumpre a tarefa com grande eficiência até agora é o presidente da República, chefe de todos eles, como fez, por exemplo, quando saiu às ruas no sábado, em Brasília, para cumprimentar populares nas ruas e gerar aglomerações um dia depois de Luiz Henrique Mandetta, de maneira enfática, pedir aos brasileiros que respeitassem o isolamento social e permanecessem em suas casas.
Portanto, colocar vários ministros um ao lado do outro, apenas para expor Mandetta a uma espécie de humilhação política, não resolverá o grande problema que atinge hoje o governo brasileiro que é a inexplicável resistência do seu comandante maior em respeitar a orientação que parte da equipe técnica que se orgulha de ter montado na área da saúde.
Quer acalmar o País, Bolsonaro? Sente-se de novo ao lado do seu ministro da Saúde, comprometa-se a cumprir o que ele passar como orientação ao conjunto dos brasileiros e aquiete-se.
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