Psicoterapeuta sistêmico com especialização em Psicologia Transpessoal e Psicoterapia Somática Integrada. Viveu na Índia onde se aprofundou em diversas abordagens terapêuticas e de meditação. Fez cursos e supervisão em Constelação Familiar com Bert e Sophie Hellinger e foi o introdutor da Constelação no Ceará; Ashara atende individualmente e ministra cursos de formação em Constelação em diversas cidades do Brasil. Veja mais: www.ashara.com.br
Esses dias vi uma postagem da BBC Brasil que me chamou atenção. Eles contavam a história de Chris, um homem de 35 anos que dizia que “queria poder namorar homens e mulheres simultaneamente por toda a sua vida”.
E a postagem continua relatando que “Durante a pandemia, Chris mudou-se para uma comunidade sexualmente positiva no Brooklyn, Nova York, nos Estados Unidos - um "espaço seguro" onde ele poderia explorar ainda mais sua relação com o sexo e a sexualidade”.
Talvez muitos de vocês se espantem quando veem sendo relatado mais um tipo de relacionamento diferente do clássico homem e mulher. Mas quero declarar que não me espanto. E tenho uma razão bem simples pra olhar relaxadamente para todos os novos tipos de relacionamento.
A razão é que relacionamento não é amor. Compreendi trabalhando com diversos tipos de casais que todos procuram o amor. Todos querem amar e ser amados. E quando as pessoas se frustram com as formas enquadradas de relação porque não encontram o prometido, o sonhado, o potencial amor que todos propagam, é natural que elas procurem novas possibilidades.
O que quero dizer é que todos têm o direito de experimentar quantas formas forem possíveis de relação para descobrir o amor. Sim, porque o amor está no florescer da relação, mas quando tentamos aprisionar o amor, transformando-o num relacionamento, ele desaparece.
Nessa postagem da BBC Brasil eles relataram que “Chris descobriu um curso chamado “Open Smarter”, que orientava seus alunos a explorar diversos tipos de relacionamentos eticamente não-monogâmicos. Foi ali que ele ouviu pela primeira vez a expressão "poliamor solo" e percebeu rapidamente como ela se encaixava com seu estilo de vida amorosa”.
O amor se encaixa em qualquer estilo de vida. O que não se encaixa é fazer algo que suprima o amor. Quando enquadramos o amor num relacionamento, no fundo estamos nos fechando para o amor. Se pensarmos bem, traição significa “eu não estou satisfeito com essa relação sem amor, eu quero continuar buscando”.
E no final da postagem eles dizem algo essencial: “…o adepto do poliamor solo poderá ver a si próprio como seu parceiro principal, evitando os objetivos típicos dos relacionamentos, como reunir as finanças ou morar junto com um parceiro, casar-se e ter filhos.
Claro que se pensamos na procriação da espécie humana, sempre precisaremos da polaridade homem-mulher para a sobrevivência da humanidade. Mas hoje vivemos uma realidade diferente. Talvez precisemos reduzir o número de humanos que habitam o planeta. A Terra está superpopulosa.
O que eu digo que é essencial é que a definição de poliamor solo coloca o homem ou a mulher como seu parceiro principal. E isso é o que eu chamo de autoamor. Isto é, precisamos primeiro aprender a nos amar e o segundo passo será amar o outro. Como podemos amar o outro se não nos amamos? Amar o outro sem nos amar é o que chamo de codependência emocional.
Na minha opinião o poliamor solo não será uma solução para quem busca o amor. Vejo mais como um bom entretenimento que, na melhor das hipóteses, pode ajudar muitas pessoas a quebrar padrões enrijecidos e viciados das antigas relações.Se não colocarmos o amor em primeiro plano e os relacionamentos em segundo plano, nunca experimentaremos o amor. Nunca aprenderemos o que é o amor. Confundiremos o amor com jogos psicoemocionais que criamos para nos entreter, para entreter a relação.
Quando olho para o mundo cheio de disputa e guerra, vejo claramente que o mundo é uma extensão das nossas relações primárias. Pare um pouco e olhe para suas relações. Vejo duas possibilidades: primeira, ela está estagnada ou segunda, se parece com um campo de batalha, com alguns momentos de paz e preparação para a próxima disputa.
Essa é a razão pela qual aceito todos as formas de relacionamento. Porque no fundo todos estão em busca do amor. Quem sou eu para criticar o caminho, a busca de alguém? O meu caminho só diz respeito a mim. Cada ser humano tem o direito de encontrar o seu próprio caminho.
O que posso compartilhar, quando me pedem, é o que encontrei de essencial na minha caminhada. Mas todos nós temos o direito de errar quantas vezes forem necessárias para encontrar aquilo que nos preencha, aquilo que lhe dá vida, abundância e felicidade.
Namastê! (O Deus que existe em mim, saúda o Deus que existe em você)
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