Além de golpismo, Bolsonaro também deveria ser julgado pela pandemia
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Guilherme Gonsalves escreve sobre política cearense com foco nas atuações Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece) e Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor), mostrando os seus bastidores desdobramentos no jogo político e da vida do cidadão. Repórter de Política do O POVO, setorista do Poder Legislativo, comentarista e analista. Participou do programa Novos Talentos passando pelas editorias de Audiência e Distribuição e Economia, além de Política. Também escreve sobre cinema para o Vida&Arte
Além de golpismo, Bolsonaro também deveria ser julgado pela pandemia
Se hoje o ex-presidente está no banco de réus e preso por organização criminosa e tentativa de golpe de Estado, suas ações em meio a milhares de mortos não poderia passar impune
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Acusado de cinco crimes, Jair Bolsonaro pode chegar a cumprir 43 anos de regime fechado
Jair Bolsonaro (PL) está no banco de réus e em prisão domiciliar. Ele sempre foi um descumpridor de ordens e leis, de forma contumaz, desde os tempos de militar, quando foi preso por fazer baderna, até sua longa carreira política.
Quando deputado, orgulhava-se de sonegar impostos. E quando presidiu o Brasil por quatro anos, foi constante durante a pandemia da Covid-19: errou em tudo o que se podia errar, desde previsões de poucas mortes até o deboche vil de classificar uma emergência sanitária mundial como "gripezinha" e rir de mortes de brasileiros. "E daí?", "não sou coveiro", "vamo ficar chorando até quando?", dizia.
Além das previsões erradas de apostar na pouca força de uma pandemia, Bolsonaro defendeu remédios comprovadamente ineficazes contra o vírus que assolava o mundo invés de investir em vacinas, quesito em que o Brasil sempre foi referência e nunca se viu tanta resistência. Ele fazia pouco caso da situação e quando se agravou foi pelo caminho errado, no lugar de cuidar da saúde dos brasileiros com políticas cientificamente eficazes.
Não bastasse toda essa desastrosa gestão, ou falta dela, durante a pandemia que culminou em cerca de 700 mil mortes, Bolsonaro simplesmente não queria sair do poder. Conseguiu a proeza de perder com a máquina na mão. Pudera: nunca se preocupou em governar nos quatro anos em que esteve à frente da Presidência da República.
Jair Bolsonaro não é um ex-presidente como José Sarney, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, que deixaram o cargo após terem concluído seus respectivos mandatos. Ele é um ex-presidente derrotado, o único presidente brasileiro a tentar reeleição e perder. A maioria do País optou por outro governante após experimentar seu caos.
Hoje, o ex-presidente é julgado, junto de mais sete réus, pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por compor o "núcleo crucial" de uma trama golpista, julgada pela ação penal (AP) 2668.
O grupo é acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) dos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência por grave ameaça, deterioração de patrimônio tombado.
Sua trupe diz que não é por corrupção que está sendo julgado — e fatalmente acabará condenado. É verdade. Mas todos esses crimes citados são crimes gravíssimos contra o próprio País, logo ele que se diz tão patriota, e deverá prestar contas à Justiça por isso. Hoje Bolsonaro é réu e presidiário.
Se a Justiça se ergue contra ele por liderar uma tentativa de golpe de Estado com mortes e cerceando a liberdade, Bolsonaro também deveria estar sendo julgado pelo o que fez e deixou de fazer durante a pandemia, quando negligenciou, riu, desdenhou e deixou o país sem liderança sensata quando mais precisava.
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