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Bastaram alguns segundos para Trump achar Lula um "homem muito legal"
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Guilherme Gonsalves escreve sobre política cearense com foco nas atuações Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece) e Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor), mostrando os seus bastidores desdobramentos no jogo político e da vida do cidadão. Repórter de Política do O POVO, setorista do Poder Legislativo, comentarista e analista. Participou do programa Novos Talentos passando pelas editorias de Audiência e Distribuição e Economia, além de Política. Também escreve sobre cinema para o Vida&Arte

Bastaram alguns segundos para Trump achar Lula um "homem muito legal"

Os presidentes se encontraram rapidamente entre uma fala e outra na Assembleia Geral da ONU
Tipo Análise
Donald Trump e Lula se encontraram na ONU (Foto: LUDOVIC MARIN (AFP) e ANGELA WEISS (AFP))
Foto: LUDOVIC MARIN (AFP) e ANGELA WEISS (AFP) Donald Trump e Lula se encontraram na ONU

Donald Trump, presidente dos Estados Unidos da América, é alguém que limita suas relações internacionais baseadas em seu trato pessoal com os líderes das nações. Ele mesmo disse isso em discurso na Assembleia das Organizações das Nações Unidas (ONU) nesta terça-feira, 23.

E, de forma surpreendente, Trump disse ter gostado do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Após muitas falas fortes de um contra o outro, sanções contra o país, e críticas, o americano precisou de poucos segundos estabelecer uma "química excelente" com o petista. Ele não soube dizer se foram 29 ou 40 segundos, mas foi rápido.

"Eu estava entrando e o líder do Brasil estava saindo. Eu o vi, ele me viu e nos abraçamos. Combinamos de nos encontrar na semana que vem. Não tivemos muito tempo para conversar, uns 20 segundos. Tivemos uma boa conversa e combinamos de nos encontrar na semana que vem, se for do seu interesse. Mas ele parecia um homem muito legal. Na verdade, ele gostou de mim, eu gostei dele... Tivemos, pelo menos, por uns 39 segundos, uma química excelente. É um bom sinal", disse Trump ao final de seu discurso.

As tarifas impostas ao Brasil não foram por conta de Lula. O presidente americano disse, anteriormente, que foi por causa do julgamento contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), esse sim amigão e subserviente do ianque. Até aí, essa argumentação de Trump não diz respeito a Lula. Não foi o petista quem julgou e condenou Bolsonaro.

Pela reação ao vivo, a comitiva brasileira também ficou surpresa com o afago do presidente americano. E olha que, antes de ele discursar, Lula foi bem enfático em relação à situação entre os países. Falou de atentado à soberania, sanções arbitrárias e lembrou da condenação de Bolsonaro por tramar um golpe de Estado.

"Diante dos olhos do mundo o Brasil deu um recado a todos os candidatos autocratas e aqueles que os apoiam (...) Nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis", declarou sob muitos aplausos dos presentes.

Enquanto não ocorrer o encontro entre Trump e Lula, seja por telefone ou cara a cara, não dá pra cravar qual é o intuito do presidente americano com as novas falas. Pode ter sido cordial com alguém que quer negociar e se beneficiar disso, pode ter sido armadilha para tentar humilhá-lo. As hipóteses são muitas, ou nem tantas.

Fato é que ninguém nunca "peitou" Trump como Lula fez. Em nenhum momento abaixou a cabeça para o homem mais poderoso do mundo, abaixou o tom de voz, ou recuou em algo que acredita e defende para o seu país. E como disse, Trump gosta de pessoas com personalidade, e Lula tem bastante.

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