Guilherme Gonsalves escreve sobre política cearense com foco nas atuações Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece) e Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor), mostrando os seus bastidores desdobramentos no jogo político e da vida do cidadão. Repórter de Política do O POVO, setorista do Poder Legislativo, comentarista e analista. Participou do programa Novos Talentos passando pelas editorias de Audiência e Distribuição e Economia, além de Política. Também escreve sobre cinema para o Vida&Arte
Foto: Érika Fonseca/CMFor
Vereador Gabriel Aguiar (Psol) e vereadora Adriana Gerônimo (Psol)
Os vereadores do Psol na Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor) teceram fortes críticas à superemenda, ou emendão, apresentado em conjunto por mais de 30 parlamentares, afirmando que o texto favorece o mercado imobiliário com visão voltada ao lucro ignorando o meio ambiente e classe mais pobres.
Gabriel Aguiar lembrou que o emendão exclui cerca de 20 zonas de proteção ambiental e segundo ele, a mensagem foi telegrafada para atender aos interesses da especulação imobiliárias e construtoras que enxergam o solo urbano como mercadoria.
"Eles estão vendo uma única coisa, dinheiro. Eles querem dinheiro e querem que a cidade dê dinheiro para eles e pra ter mais dinheiro eles precisam liberar os índices de construção. Então, zonas de habitação social, zonas de interesse social, zonas de preservação ambiental pra eles isso é atraso. O que eles querem é construir super prédios na cidade de ponta a ponta", afirmou nesta quarta-feira, 19.
O vereador declarou que, neste embate, a especulação imobiliária está levando a melhor e que a superemenda é uma vitória para o campo, atropelando inclusive pastas da Prefeitura de Fortaleza.
"E eles estão vencendo. Essa emenda é uma vitória desses setores que veem a cidade como uma mercadoria e não uma cidade pra se viver, criar suas famílias, ter a natureza, não alagar, não ter onda de calor. Essa emenda é a vitória deste campo e desfazendo o trabalho tanto do processo participativo como de técnicos sérios da prefeitura do Ipplan, da Seuma, Secretaria de Cultura que se engajaram para fazer essa proposta e está sendo desfeita com uma emenda", disse.
Na mesma linha, Adriana Gerônimo classificou o emendão como "retrocesso gigantesco" descaracterizando o Plano Diretor aprovado na Conferência da Cidade.
Ela afirmou que o presidente da CMFor, Leo Couto (PSB), reuniu-se com representantes da construção civil, mas não com o campo popular. Adriana rebateu a fala do vereador de que a superemenda seja equilibrada.
"O presidente Leo Couto não recebeu o campo popular, mas recebeu o Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção Civil de Grandes Estruturas), então o equilíbrio pra ele é que o mercado imobiliário tenha mais condições de construir e não vão construir habitações de interesse social, vão continuar construindo superprédio", disse.
"É uma vergonha o Plano Diretor que vai ser aprovado aqui na Câmara. O mercado imobiliário com tudo e as pessoas mais pobres sem nada", completou Adriana.
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