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Os movimentos de Camilo no xadrez político de Fortaleza
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Henrique Araújo é jornalista e mestre em Literatura Comparada pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Articulista e cronista do O POVO, escreve às quartas e sextas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades e editor-adjunto de Política.

Os movimentos de Camilo no xadrez político de Fortaleza

Tipo Análise
GOVERNADOR Camilo Santana deve anunciar hoje renovação do decreto com as medidas de isolamento  (Foto: JÚLIO CAESAR)
Foto: JÚLIO CAESAR GOVERNADOR Camilo Santana deve anunciar hoje renovação do decreto com as medidas de isolamento

A saída de Élcio Batista (PSB) do Governo do Estado era precificada. A de Nelson Martins (PT), não.

É um petista "camilista", do PT cujo apoio Ciro Gomes (PDT) já disse que faz questão de ter, sinalizando para uma dobradinha entre os dois partidos em Fortaleza.

O próprio Nelson admitiu à coluna que a intenção é, de fato, negociar essa difícil composição para enfrentar o candidato do bolsonarismo na capital cearense.

Resta combinar com os russos. No caso, com a "russa", a deputada federal e ex-prefeita Luizianne Lins (PT), potencial nome do partido na corrida pelo Paço.

Considerando isso, a aliança PDT/PT é viável?

Depende de 2020, mas também de 2022.

Se quiser concorrer à sucessão de Camilo daqui a dois anos, o prefeito Roberto Cláudio (PDT) não pode emplacar nome tão ligado a ele em Fortaleza como Samuel Dias é. Nesse caso, tem de ceder.

E cederia obviamente para alguém fora do grupo mais restrito, mas a quem?

Aí entra Nelson Martins, o petista "camilista". É um nome da confiança do governador e com trânsito no governismo municipal.

Mas não é da cozinha dos irmãos Ferreira Gomes.

E ainda esbarra, como se sabe, num problema quase insanável: o PT local quer ter candidato de oposição ao prefeito.

Leia-se: LL ou Guilherme Sampaio, vereador e presidente da sigla.

A tarefa do governador é costurar uma composição à revelia disso. Missão quase impossível.

Há, todavia, muita gente apostando nisso. De uma vitória em Fortaleza dependem muitos projetos políticos: o de RC, o de Camilo e o de Ciro para 2022.

Sendo assim, é possível que o prefeito, para não correr esse risco emplacando um nome de seu agrado, abra mão da cabeça da chapa para formar uma grande aliança com PT e eventualmente o MDB?

É possível. Provável? Não sei.

Depende do grau de interesse de RC em 2022. Se desejar muito concorrer à sucessão, tem de fazer sacrifícios agora. Nessa hipótese, as chances de Samuel Dias caem.

E aumentam as de nomes como Nelson Martins e José Sarto (PDT).

Sobre o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, trato em análise nesta sexta-feira, 5. Por ora, digo apenas que o deputado nunca esteve tão forte nessa disputa.

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