"Não é o dinheiro que vai decidir a eleição", diz Capitão Wagner em evento de adesão do PTC
Henrique Araújo é jornalista e mestre em Literatura Comparada pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Articulista e cronista do O POVO, escreve às quartas e sextas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades e editor-adjunto de Política.
Em encontro que marcou a adesão do PTC a seu nome na disputa pela Prefeitura de Fortaleza, na noite deste sábado, 25, o deputado federal e pré-candidato Capitão Wagner (Pros) disse que “não é o dinheiro que vai decidir eleição”.
“A cidade de Fortaleza é libertária, não aceita cabresto. O povo que está aí acha que vai juntar uma montanha de dinheiro e comprar pra eleger o que eles querem. Mas Fortaleza já disse que não é assim”, afirmou.
O postulante citou então áudio vazado no qual o deputado estadual Bruno Gonçalves (PL) oferece valor entre R$ 150 mil e R$ 250 mil a um suplente de vereador, à época filiado ao PPL e hoje no Pros, para que ingressasse no PL, legenda da base do prefeito Roberto Cláudio (PDT).
Nessa mesma conversa, gravada em março deste ano e que está sob investigação do Ministério Público do Estado, Gonçalves se refere a Wagner e sugere que candidato “liso” (sem recursos) não vence uma eleição.
“Eu já vi o adversário dizer que o outro não vai ganhar porque não tem projeto, que não tem programa, não conhece a cidade, não tem adesões”, brincou. “Mas dizer que o outro não vai ganhar porque é liso? Foi a primeira vez na minha vida, especialmente na Capital.”
Em seguida, ao som de um jingle com o refrão “o povo quer o liso”, defendeu a cassação do parlamentar e de sua mãe, a vereadora licenciada Marta Gonçalves, cuja reeleição seria beneficiada pelas negociações expostas no áudio.
“O certo era estarem já cassados o deputado e a mãe dele, diante do que aconteceu e das palavras dele”, sustentou o pré-candidato.
Wagner também questionou o prefeito, em nome de quem o deputado Bruno Gonçalves diz falar nessa conversa.
“De onde está vindo esse dinheiro? O prefeito tem que vir a público para dizer. Ou ele diz que o deputado está mentindo ou ele diz como está dando esse dinheiro ao deputado. Se é mentira do deputado, processe o deputado por calúnia e difamação”, provocou.
Presidente estadual do PTC, novo aliado de Wagner, o ex-deputado Tomaz Holanda reforçou as críticas e avaliou que Fortaleza está cansada da mesma gestão.
“Esse partido tem posição e quer o melhor para Fortaleza, e o melhor é o Capitão Wagner”, pregou. “Queremos que Fortaleza volte a ser do povo, porque hoje é da elite.”
O Partido Trabalhista Cristão (PTC) é a nona sigla a se juntar ao grupo do deputado federal, que conta agora com Pros, Podemos, Republicanos, Avante, PSC, PMN, PMB e DC.
Sobre o novo apoio, Wagner comentou: “Algumas pessoas ficam surpresas com a adesão do Tomaz. O Tomaz votou em mim em 2016, sabendo que era arriscado. Foi perseguido depois. Pergunte se eu dei um real ao Tomaz para ele votar em mim. Não recebeu nada em 2016 e não está recebendo agora”.
O POVO procurou a Prefeitura e o deputado estadual Bruno Gonçalves, mas não houve retorno.
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