Em entrevista à rádio O POVO CBN nesta sexta-feira (14), a deputada federal e pré-candidata Luizianne Lins (PT) disse que vai entrar com pedido para que o Ministério Público Eleitoral e o Tribunal Superior Eleitoral apurem suposta compra de apoio político pelo deputado estadual Bruno Gonçalves (PL).

“Fiquei impressionada com aquilo, é muito acintoso. Inclusive estamos pedindo, já que é difícil as coisas caminharem, que nossa representação vai na Controladoria-Geral, no Tribunal Superior Eleitoral e no MP Eleitoral para ver se fazem investigação contra aquilo”, afirmou.

Em áudio vazado, Gonçalves teria oferecido quantia entre R$ 150 mil e R$ 250 mil a um suplente de vereador para que se filiasse ao PL. Nele, o deputado diz falar em nome do prefeito. O episódio está sob investigação do Ministério Público no Estado, como mostrou O POVO.

A petista avaliou, porém, que o caso “não repercutiu da forma como deveria repercutir em Fortaleza” e que não atribui o episódio exclusivamente a Gonçalves.

“Nem boto na conta do deputado, que acho que foi apenas mensageiro. Coloco na conta da atual política que o prefeito Roberto Cláudio faz”, acusou a deputada.

Em seguida, questionou: “Quem compra, como compra, quanto paga, como faz e como arruma os partidos para apoiar na Câmara”.

Luizianne foi a 10ª entrevistada da série com todos os pré-candidatos à Prefeitura de Fortaleza nas plataformas do O POVO. O encontro foi mediado por Italo Coriolano, com participação dos também jornalistas Erico Firmo e Rachel Gomes.

Na segunda-feira, 17, os diálogos são retomados, a partir das 9 horas, agora com Paula Virgínia, representante da Unidade Popular (UP) na corrida ao Paço.

Ainda na conversa, Luizianne comparou suas gestões como prefeita às de RC e atestou: “Nós governamos a cidade muito melhor”.

Para a ex-chefe do Executivo e hoje postulante, “Fortaleza foi uma antes do nosso governo e é outra depois do nosso governo, ainda que com muita desconstrução”.

A deputada então desafiou o atual prefeito a apontar uma única obra concebida e executada originalmente pelo pedetista.

“Eu continuo insistindo. Quero que me falem qualquer projeto, qualquer obra física que mexa com as pessoas que foi obra exclusivamente do governo RC”, continuou a petista, “e não tenha sido deixado por nós o projeto, o dinheiro, a concepção, ou o dinheiro em caixa para finalizar”.

Houve críticas também para o concorrente e deputado federal Capitão Wagner (Pros). Para ela, existe dificuldade de qualquer diálogo com o pré-candidato “quanto mais ele se aproxima das pautas bolsonaristas, com discurso carola, de querer se apresentar como pessoa da moral, quanto mais representar o bolsonarismo no Ceará”.