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A menos de duas semanas do início das convenções, entenda cenário das disputas em Fortaleza
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Henrique Araújo é jornalista e mestre em Literatura Comparada pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Articulista e cronista do O POVO, escreve às quartas e sextas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades e editor-adjunto de Política.

A menos de duas semanas do início das convenções, entenda cenário das disputas em Fortaleza

Tipo Notícia
Perfil dos candidatos a prefeito de Fortaleza é homogêneo (Foto: Mateus Dantas/Câmara Municipal de Fortaleza)
Foto: Mateus Dantas/Câmara Municipal de Fortaleza Perfil dos candidatos a prefeito de Fortaleza é homogêneo

A 13 dias do início das convenções partidárias, o quadro eleitoral em Fortaleza terá duas semanas decisivas. Partidos cujos pré-candidatos não foram definidos devem apresentar seus postulantes nesse período.

É o caso de PDT, MDB, PSL e PSDB, que, embora tenha um concorrente, o ex-deputado estadual Carlos Matos, ainda discute a possibilidade de vir a apoiar o nome de outra legenda.

Dentro do MDB do ex-senador Eunício Oliveira, sabe-se que o deputado estadual Leonardo Araújo é potencial candidato. A sigla, porém, mantém tratativas com outras agremiações, entre elas o PT.

Já no PDT o cenário é mais incerto. A legenda trabalhista encerra na semana que vem o processo de discussão entre os cinco pré-candidatos, totalizando dez rodadas de encontros de cerca de uma hora e meia cada.

Dessa dinâmica, espera-se que saia o nome do pedetista a representar o governismo na disputa pelo voto dos fortalezenses. Mas, conhecendo-se o grupo, é possível que também não saia, hipótese considerada menos provável.

Fora desse núcleo de partidos, como caminham as eleições em Fortaleza?

O PT tem encontros agendados entre a deputada federal Luizianne Lins e o ex-presidente Lula nos próximos dias. A conversa segue-se a reuniões entre a pré-candidata e o governador Camilo Santana (PT), que ainda tenta, se não costurar uma aliança, ao menos reduzir a animosidade entre os integrantes da sua base. Os sinais emitidos por LL, no entanto, indicam que essa bandeira branca está longe de ser hasteada.

A essa altura, uma composição entre PT e PDT no primeiro turno dependeria de um gesto enfático de ambas as partes. Qual? Não há muitas alternativas, mas todas certamente passam por 2022.

Ainda no campo da oposição ao prefeito Roberto Cláudio (PDT), o deputado federal Capitão Wagner (Pros) empenha-se em assegurar um apoio de partido graúdo: MDB, PSL, PSDB ou DEM. Com uma particularidade: tucanos e democratas negociam juntos com as forças em jogo. Leia-se: RC e Wagner.

Também por estes dias PSDB/DEM sentam-se novamente para acertar os ponteiros. Nos últimos, o presidente do DEM no Ceará, o empresário Chiquinho Feitosa, esteve reunido com Carlos Matos.

Nome expressivo da oposição, o deputado estadual Renato Roseno (Psol) intensificou presença nas redes a partir desta semana, dedicando-se à elaboração e discussão de eixos temáticos que o auxiliarão no desenho do programa de governo.

Colega de Assembleia Legislativa, o experiente Heitor Férrer (SD) tenta montar a chapa para a corrida ao Paço, mas encontra dificuldades em atrair apoios. Sua eventual saída do rol de candidatos a prefeito significaria perda de qualidade nos debates.

Completam o quadro o PV, com Célio Studart, jovem deputado federal e fenômeno de votos que pretende ampliar sua base eleitoral em 2020, e o PSB, que acena com o nome de Élcio Batista enquanto os aliados ao chefe do Executivo na capital cearense se movimentam dentro da base.

Há um outro personagem importante cuja decisão pode fazer a balança pender em Fortaleza: o PSL. A sigla permanece como sempre esteve desde o início do processo: à espera de que os demais jogadores se apresentem em campo.

Pré-candidato e presidente do partido, Heitor Freire tem buscado se firmar como o único postulante autenticamente de direita e conservador na eleição, mas esbarra num problema: o parlamentar não tem apoio dos grupos bolsonaristas nem dos lavajatistas.

Mas tem acesso a algo que interessa a potenciais parceiros: fundo partidário e tempo de TV e rádio, dois ativos que desequilibram qualquer disputa.

Foto do Henrique Araújo

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