PDT e PT liberam bancada para votar no caso André Fernandes; MDB fecha contra suspensão
Henrique Araújo é jornalista e mestre em Literatura Comparada pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Articulista e cronista do O POVO, escreve às quartas e sextas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades e editor-adjunto de Política.
Na véspera da votação que pode suspender o deputado estadual André Fernandes (Republicanos) por 30 dias por quebra de decoro, ao menos dois partidos liberaram bancadas para decidir sobre o processo: PDT e PT.
Juntas, as duas legendas somam 18 parlamentares – ou 75% dos votos necessários para aplicar a sanção a Fernandes, que é de maioria simples, aprovando relatório assinado por Augusta Brito (PCdoB).
Sobre as razões para a liberação dos pedetistas, o líder da legenda na Casa, Guilherme Landim, disse à coluna que se trata de “votação pessoal de um processo disciplinar”.
O parlamentar reconhece que, mesmo no âmbito de uma resposta a um ataque “contra um integrante da bancada”, espera que “cada um faça sua avaliação e possa votar da forma como melhor lhe convier”.
Deputado estadual e líder do PT na Assembleia, Elmano de Freitas segue a mesma justificativa. “Eu, como líder, entendo que isso é uma matéria do ponto de vista ético da relação entre os parlamentares, porque envolve a conduta de um parlamentar para o outro”, avaliou.
Para o petista, portanto, “cada parlamentar deve formar sua convicção a partir do que foi debatido no Conselho de Ética e apresentado nos relatórios”.
Em conversa preliminar com os outros três deputados da legenda na AL, porém, Elmano conclui que “há um posicionamento de cada um de que a situação é grave” e que “os colegas da bancada têm posição favorável ao relatório da deputada Augusta e aprovado no Conselho de Ética”.
Também com quatro representantes no Legislativo, o MDB deve fechar questão contra a suspensão de André Fernandes, projetou o deputado Leonardo Araújo, líder da sigla.
Alvo de processo no Conselho de Ética, o emedebista já havia se manifestado contrário à aplicação da medida por entender que não viola o regimento interno da AL.
Prestes a ser levada a plenário em votação aberta, a ação contra Fernandes foi apresentada um ano atrás por PSDB e PDT.
Caso se somem os dois deputados tucanos aos 14 pedetistas e aos quatro petistas, o número é de 20 parlamentares – 19 se se excluir o presidente da Assembleia, José Sarto (PDT), que não deve votar.
Além de Augusta Brito, relatora do processo disciplinar, o PCdoB dispõe ainda de mais um representante: Carlos Felipe.
Procurado nesta quarta-feira, 19, o deputado não quis antecipar como deve votar amanhã, mas assegurou que se pronunciaria na tribuna para justificar a decisão. Se acompanhar a correligionária, os votos favoráveis à sanção a Fernandes chegariam a 20 – a apenas quatro do mínimo exigido.
Ambos do PSDB, Fernanda Pessoa e Nelinho também foram contatados, mas não responderam às mensagens nem às ligações.
Outros deputados foram consultados para informar como se posicionam na votação, se contra ou a favor, mas ou não declinaram voto ou não responderam. É o caso de PSB, SD, PSD e Pros, que totalizam oito cadeiras na AL.
Fernandes é acusado de quebrar o decoro ao associar colega de Casa à atuação de uma facção criminosa. O parlamentar nega.
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