Sarto e Élcio representam as duas principais forças políticas no estado
Henrique Araújo é jornalista e mestre em Literatura Comparada pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Articulista e cronista do O POVO, escreve às quartas e sextas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades e editor-adjunto de Política.
O PDT em Fortaleza foi na bola de segurança. Sem firula, escolheu dois nomes de extrema confiança do grupo que hoje ocupa o Governo e a prefeitura da Capital.
Élcio Batista (PSB), ex-secretário da Casa Civil e braço direito de Camilo Santana (PT), foi alçado a vice na chapa.
José Sarto (PDT), presidente da Assembleia e com muita rodagem ao lado dos Ferreira Gomes, é o titular.
Ambos, Sarto e Élcio, representam as duas principais forças no estado: o pedetismo e o camilismo, respectivamente.
Dos cinco nomes apresentados pelo PDT, Samuel Dias era o mais umbilicalmente ligado ao prefeito. Sarto, por outro lado, representa mais o coletivo encabeçado por Cid e Ciro Gomes.
Um dos possíveis concorrentes, o deputado federal Idilvan Alencar era a novidade.
Dentro da estratégia inicialmente montada de fazer colar a imagem de Bolsonaro em Capitão Wagner (Pros), enquanto apostava na educação como vitrine de campanha, era visto como o mais indicado.
Entre a experiência política e a novidade, o grupo optou pela experiência.
Afinal, tem pela frente figuras de proa da política cearense. Fosse quem fosse, não será briga fácil.
Mas há outro aspecto: 2022. Não sendo Samuel o candidato, o caminho para Roberto Cláudio daqui a dois anos está mais livre para reclamar uma vaga na sucessão de Camilo. Diria que é o candidato natural do PDT ao Abolição.
Cenário difícil caso houvesse indicado alguém tão próximo quanto o secretário licenciado à própria sucessão.
Sarto também facilita as costuras políticas num eventual segundo turno. É mais fácil aglutinar forças em torno dele do que de outro postulante mais “RCista”, a exemplo de Samuel.
Dos potenciais candidatos trabalhistas, no entanto, o chefe do Poder Legislativo era o menos empolgado com a dinâmica de debates criada pelo partido, que consumiu horas de transmissão para, ao final, optar por aquele cuja performance ficou um pouco abaixo da dos demais.
Mas a escolha de candidato implica sempre muitas variáveis. Experiência, comunicação, confiança, densidade eleitoral, capilaridade e leitura de cenário.
Sarto reúne muitos desses predicados. No meio da live, RC brincou: “Vocês vão aprender a se apaixonar por ele”.
Essa é a aposta do prefeito para assegurar a permanência do seu grupo no comando de uma cidade vital para os planos do PDT agora e nas eleições presidenciais.
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