ANÁLISE | Datafolha abre temporada de luta mais franca entre candidatos que lideram intenção de voto
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Henrique Araújo é jornalista e mestre em Literatura Comparada pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Articulista e cronista do O POVO, escreve às quartas e sextas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades e editor-adjunto de Política.
Foto: Montagem Sarah Costa
Montagem com foto dos quatro candidatos que lideram a pesquisa
Outro efeito da pesquisa O POVO/Datafolha além da formação de um bloco de líderes, sobre o qual já falei, é a sugestão de que os pactos de não-agressão firmados durante esta primeira etapa da corrida eleitoral em Fortaleza estão com os dias contados.
Até aqui, a campanha se desenrolava tendo uma dinâmica própria: líder, Capitão Wagner (Pros) evitava confrontos diretos. No máximo, expunha-se ao chamar Ciro Gomes (PDT) para o ringue, certo de que o pedetista tem baixa popularidade na capital cearense – e tem mesmo.
Com isso, mira no candidato José Sarto, mesmo sem citá-lo, associando-o a Ciro, adotando o mesmo trunfo que o pedetismo quando o ligam a Jair Bolsonaro (sem partido). A estratégia explica a baixa presença do ex-presidenciável na linha de frente da candidatura da sigla brizolista.
Segunda colocada, Luizianne Lins (PT) centrava baterias no candidato governista, preservando Wagner de ataques mais contundentes. Sua intenção deliberada é mostrar o que fez como prefeita, numa tática quase plebiscitária: a experiência deles (PDT) contra a nossa, do PT, induzindo a uma polarização.
Enquanto isso, Sarto e seu entorno, o que inclui o governador Camilo Santana (PT), têm Wagner como adversário prioritário, deixando Luizianne de lado. Salvo um ou outro torpedo de Roberto Cláudio, que costuma falar que Fortaleza não pode ficar refém de vaidades, a petista está à vontade para tocar sua campanha.
Esse era o cenário até ontem. Tudo isso pode mudar com os resultados do Datafolha. Entre Wagner (33%) e Luizianne (24%) e entre Luizianne e Sarto (15%), há os mesmos nove pontos de diferença. É possível que o trio cresça nas pesquisas sem tirar votos uns dos outros?
Se Sarto pretende ir ao segundo turno, talvez seja arriscado confiar unicamente na vantagem do tempo de TV mais generoso e no apoio de RC. Antes de bater Wagner, o candidato tem Luizianne pela frente.
O mesmo vale para a petista. Para se consolidar na segunda colocação e avançar, precisará voltar a artilharia também o líder das pesquisas.
A temporada que se abre a partir deste momento é de luta mais franca no pelotão que comanda das intenções de voto. Logo abaixo deles, há 13% de intenção de voto distribuídos entre Heitor Férrer (SD), Renato Roseno (Psol) e Célio Studart (PV) e 4% de eleitores que não sabem ou não responderam, somando, ao todo, 17%. É percentual suficiente para decidir quem vai ou não ao segundo turno.
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