Vereadores defendem que PT faça oposição à gestão Sarto
Henrique Araújo é jornalista e mestre em Literatura Comparada pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Articulista e cronista do O POVO, escreve às quartas e sextas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades e editor-adjunto de Política.
O PT decide nesta terça-feira (15) se deve apoiar a gestão do prefeito eleito José Sarto (PDT) ou fazer-lhe oposição, como fez sistematicamente a Roberto Cláudio nos últimos oito anos.
Três grupos majoritários estão na arena da legenda: a ala mais próxima do deputado estadual Acrísio Sena, favorável a uma composição com Sarto, prevendo inclusive indicação de nomes para secretariado.
A da deputada federal e ex-prefeita Luizianne Lins, para a qual o partido tem de se manter na oposição ao futuro gestor, sobretudo pela forma como se desenrolou o primeiro turno da disputa, com campanha dura de Sarto contra a petista.
E uma terceira ala, mais ligada ao deputado federal José Guimarães, cujo posicionamento não se conhece ainda. Sabe-se, porém, que o então candidato a vice de Luizianne, Vladyson Viana, é nome de Guimarães.
Qual a resultante desse cruzamento? Prevalece o histórico oposicionista da sigla na Capital ou novo entendimento, agora ancorado numa mudança de cenário – sai RC, que impôs derrota amarga em 2012, e entra Sarto, cujo vice é um camilista? A depender do bloco, a resposta varia.
Entre os vereadores petistas, porém, a maioria quer o PT na oposição. Próximo de LL, Ronivaldo Maia postula que o partido deve se firmar longe do governismo. “Vamos propor oposição. Até dialogando mais, mas na oposição, não num alinhamento automático”, disse.
Também reeleita vereadora, Larissa Gaspar afirma que, no seu entendimento, “o PT continua na oposição à gestão do PDT de forma qualificada, propositiva, sem ataques pessoais e com uma maior possibilidade de diálogo pela forma como o Sarto conduz a Assembleia”.
Falta Guilherme Sampaio, que se elegeu presidente da sigla no município com discurso de oposição a RC, apresentando-se mesmo com alternativa eleitoral de enfrentamento ao candidato do Palácio do Bispo.
Desde que saiu vitorioso das urnas, em 29 de novembro, Sarto tenta reunião com a bancada petista na Câmara. Ainda não conseguiu. Primeiro porque Guilherme contraiu Covid-19 e esteve recolhido por duas semanas ou mais. Depois porque os vereadores disseram que precisariam esperar uma deliberação do partido antes de qualquer conversa com o prefeito eleito.
Entre petistas ouvidos reservadamente, a tendência é de que a agremiação siga na oposição, mas com diálogo mais fluido com a Prefeitura – a presença de Élcio Batista, um “camilista” de primeira hora, facilita esse trânsito.
Mas não descartam um “apoio crítico” a Sarto, sem a presença de filiados no governo.
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