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"É preciso fazer isso para evitar o colapso", diz chefe da Casa Civil sobre lockdown no Ceará
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Henrique Araújo é jornalista e mestre em Literatura Comparada pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Articulista e cronista do O POVO, escreve às quartas e sextas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades e editor-adjunto de Política.

"É preciso fazer isso para evitar o colapso", diz chefe da Casa Civil sobre lockdown no Ceará

Tipo Notícia
Secretário Chagas Vieira não seguirá na Casa Civil e deixa o governo (Foto: REPRODUÇÃO/TWITTER)
Foto: REPRODUÇÃO/TWITTER Secretário Chagas Vieira não seguirá na Casa Civil e deixa o governo

Chefe da Casa Civil do Governo do Estado, Chagas Vieira defende a adoção do isolamento social rígido (lockdown) a partir desta quinta-feira, 4, em Fortaleza e em parte do Ceará, como forma de tentar conter o avanço da Covid-19.

“É preciso fazer isso para evitar o colapso” da rede de saúde, diz Chagas em conversa com a coluna na tarde de hoje.

Segundo ele, a “expectativa do Governo é que desacelere nesses 14 dias” o nível de contágio no estado, que chegou a seu pior patamar desde o início da pandemia.

“Não é que vai zerar. É dar possibilidade de o Governo atender os pacientes. É reduzir circulação, reduzir circulação de vírus e de atendimento, reduzir internação”, explica.

Questionado se o Ceará não teria demorado a adotar o lockdown, o secretário declara que o Estado avaliou cada medida etapa a etapa.

“O Governo vai agindo de forma gradual. Se tivesse feito em janeiro, a gente teria condições de estar até agora (em lockdown)?”, pergunta.

“A gente vai ganhando tempo para ampliar leitos”, continua o chefe da Casa Civil. “O Ceará abriu 3.200 leitos extras. Vamos ganhando tempo. Quanto menos puder impactar, melhor. Leva muitas variáveis em consideração. Tudo que pode estar fazendo, governador está fazendo. Somos um dos primeiros estados a decretar lockdown efetivamente.”

Sobre a elaboração do decreto que estabelece o fechamento de atividades não essenciais a partir de hoje e se estende até dia 18 de março, Chagas relata que foi “uma decisão difícil”.

“Temos que ouvir e ir dosando. Encontrar a melhor forma não é fácil, tem uma população muito pobre que precisa sobreviver, é um impacto. É uma decisão que traz muitos impactos”, esclarece.

Como exemplo, cita São Paulo e Bahia, que instituíram vetos à circulação, mas flexibilizaram ações, que permitem funcionamento de templos e escolas.

“São Paulo com templos, escolas etc. Bahia com os cultos religiosos também funcionando com 30%. Essas medidas são graduais e avaliadas passo a passo, inclusive a efetividade das ações”, defende.

“O ideal seria não precisarmos, concorda?”, pergunta, “mas veja onde estamos. Qual a diretriz nacional? Veja onde nós estamos, veja o que o presidente da República faz”.

De acordo com ele, “no mundo inteiro é o presidente que dá a diretriz; aqui é o contrário, a diretriz é contrária”, devolve, numa crítica à conduta de Jair Bolsonaro (sem partido).

O presidente visitou o Ceará uma semana atrás, na sexta-feira, 26, quando visitou a cidade de Tianguá para assinar uma ordem de serviço. Durante sua passagem, Bolsonaro promoveu aglomerações, liberou entrada de apoiadores em área restrita e estimulou contatos físicos sem uso de máscara.

Em atividade nesta quinta-feira, o presidente voltou a criticar as medidas de isolamento social e disse que é preciso deixar de “mimimi”.

O Brasil vem batendo recorde de mortos por Covid há dois dias seguidos.

Foto do Henrique Araújo

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