Ao anular condenações de Lula, Fachin tenta salvar Lava Jato e proteger Moro
Henrique Araújo é jornalista e mestre em Literatura Comparada pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Articulista e cronista do O POVO, escreve às quartas e sextas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades e editor-adjunto de Política.
A decisão do ministro do Supremo Edson Fachin que anulou as condenações do ex-presidente Lula é, na verdade, uma tentativa de salvar a Lava Jato e de proteger Sergio Moro.
Relator da LJ no STF, o magistrado se antecipou a um cenário desfavorável na Segunda Turma da Corte, que tenderia a declarar a suspeição do ex-juiz Moro nos inquéritos da força-tarefa.
Ao anular as condenações, Fachin esvazia o julgamento da suspeição de Moro, que perde objeto. Vão-se os anéis, ficam os dedos.
Essa foi uma saída política do ministro, que previa uma derrota nas próximas semanas. Agora, o caso do ex-presidente Lula é remetido para a Justiça Federal do DF.
Parte do discurso político de Lula depende da comprovação da tese de suspeição de Moro. Ora, ao inviabilizar esse julgamento, Fachin desarma o petista.
De quebra, a decisão blinda Moro das investidas da defesa de Lula, já que as ações se neutralizam também.
Certamente Fachin levou em conta esse cálculo político ao reconhecer, com atraso de três anos, o que já se sabia desde muito: Curitiba (leia-se Lava Jato) não era o juízo competente do caso do triplex de Guarujá.
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