Henrique Araújo é jornalista e mestre em Literatura Comparada pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Articulista e cronista do O POVO, escreve às quartas e sextas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades e editor-adjunto de Política.
Num ritmo próprio, que contrasta com o frenesi da política nacional, a sucessão do governador Camilo Santana (PT) vai começando a se desenhar e seus potenciais interessados, se mostrando aos poucos. Foi assim que o PDT apresentou não um, mas quatro nomes cotados para o Governo em 2022, entre eles o do ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, que deu largada nos últimos dias a um périplo pelo Interior caso se lance ano que vem e vença.
Para tanto, terá pela frente um adversário conhecido: Capitão Wagner (Pros), que ganhou uma declaração de apoio de Eunício Oliveira (MDB), outro nome na pista do Abolição, na hipótese de o emedebista não lograr avanço ao segundo turno. Eunício já indicou que deve preferir a candidatura ao Executivo a arriscar-se numa queda de braço com Camilo pela única vaga no Senado. Por outro lado, admitiu também que, até março, "tudo é possível", o que, no tabuleiro eleitoral, carrega um sentido mais amplo.
Outro cearense que estuda não entrar nessa bola dividida é o hoje senador Tasso Jereissati (PSDB), cujo futuro se define a partir desta segunda-feira, 20, com a data-limite para inscrições nas prévias do PSDB – Tasso participará? Se sim, seguirá até a disputa contra João Doria e Eduardo Leite?
Como se vê, a pouco mais de um ano das eleições, há mais perguntas do que respostas. De certo mesmo, apenas o fato de que a corrida pelo Governo se tornou mais concorrida com a entrada de novos jogadores, enquanto a do Senado vai ganhando contornos de uma briga de Camilo contra ele mesmo, o que é bom e ruim para o petista. Bom porque é um problema a menos com que se preocupar; ruim porque nenhuma unanimidade é saudável, sobretudo em política.
Noves fora isso, o governador (a quem cabe conduzir os termos da própria sucessão, como enfatizou Ciro Gomes) terá, mais uma vez, de se equilibrar entre os palanques cirista e lulista – tarefa que, se foi complexa três anos atrás, em 2022 dependerá de mais jogo de cintura.
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