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Tasso vai tirar licença do Senado para "reconstruir PSDB" no Ceará
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Henrique Araújo é jornalista e mestre em Literatura Comparada pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Articulista e cronista do O POVO, escreve às quartas e sextas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades e editor-adjunto de Política.

Tasso vai tirar licença do Senado para "reconstruir PSDB" no Ceará

Fora do Senado até março do ano que vem, o tucano assume dianteira na reorganização do PSDB no estado em meio ao processo de prévias do partido e articulações para 2022 no Ceará
Tipo Notícia
SENADOR cearense deve definir nos próximos dias se participará das prévias do PSDB para a disputa presidencial (Foto: Pedro França/Agência Senado)
Foto: Pedro França/Agência Senado SENADOR cearense deve definir nos próximos dias se participará das prévias do PSDB para a disputa presidencial

O senador Tasso Jereissati vai se licenciar do mandato para se dedicar à reestruturação do PSDB no Ceará. A saída foi acertada para novembro, segundo fonte confirmou à coluna. Em seu lugar, assume o suplente Chiquinho Feitosa, presidente do DEM.

O movimento de Tasso tem duas leituras. Provisoriamente fora do Senado, o tucano pode assumir dianteira na reorganização do PSDB no estado em meio ao processo de prévias do partido.

A intenção é ir preparando um possível palanque local para virtual candidatura de Eduardo Leite em 2022, caso o governador gaúcho vença a disputa interna com o também governador João Doria.

Nesse sentido, Tasso disse aos presentes em reunião do diretório ontem, entre eles o ex-secretário Cabeto, que vai visitar município por município no Ceará, de maneira a assegurar formação de chapas para o Legislativo e o Executivo ano que vem.

Hoje, o PSDB cearense tem um senador, um deputado federal, dois estaduais, quatro prefeitos (Maracanaú, Granjeiro, Tururu e Cruz), sete vices (Catunda, Cruz, Guaiuba, Icapuí, Iguatu, Itapiúna e Ocara) e 63 vereadores. Os filiados à sigla são 50 mil, segundo dados do TSE.

Tasso tira licença de 120 dias, retornando apenas em março do ano que vem. Nesse intervalo, Chiquinho Feitosa assume o mandato pela primeira vez desde que o tucano se elegeu senador.

Às vésperas da janela partidária e na esteira do processo de fusão do DEM e do PSL, a ida do suplente para Brasília é fundamental. Esse é o segundo componente do movimento de Tasso.

À frente do DEM, Feitosa tenta se manter no comando do superpartido que resultar da operação, o União Brasil. Para tanto, vai começar uma agenda de conversas com dirigentes do novo bloco.

Na hipótese de seguir como presidente do União Brasil, Feitosa estará ainda mais próximo de Tasso e do PSDB, sigla com a qual o DEM já compõe aliança em Fortaleza.

Disso pode derivar tanto uma candidatura própria ao Governo em 2022, com uma chapa formada entre o União Brasil e os tucanos. Ou um apoio do bloco a um candidato já lançado.

Entre tucanos, porém, a possibilidade de que essa força política venha a reforçar as fileiras de Capitão Wagner (Pros) são mínimas. Por uma razão: a identificação do deputado com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Membro da CPI da Covid, Tasso deve passar longe em 2022 de qualquer nome que se relacione com o atual presidente, cujos erros na pandemia foram expostos sucessivamente pelo senador no curso dos cinco meses de trabalho da comissão.

O grupo de Wagner, porém, ainda luta para ter influência no União Brasil. Ex-presidente do PSL, o também deputado federal Heitor Freire vem ajudando na interlocução com Chiquinho Feitosa. Tratativas vinham sendo realizadas. O cenário, porém, muda a partir de agora.

Foto do Henrique Araújo

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