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Deputados bolsonaristas apresentam projeto para barrar o Carnaval
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Henrique Araújo é jornalista e mestre em Literatura Comparada pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Articulista e cronista do O POVO, escreve às quartas e sextas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades e editor-adjunto de Política.

Deputados bolsonaristas apresentam projeto para barrar o Carnaval

Apresentado no início deste mês de novembro, o texto que pretende vetar o Carnaval é assinado por três deputados aliados do presidente Jair Bolsonaro
Tipo Notícia
Deputada Dra Silvana (PR) (Foto: MATEUS DANTAS / O POVO.DOC)
Foto: MATEUS DANTAS / O POVO.DOC Deputada Dra Silvana (PR)

Projeto de lei apresentado pelo deputado estadual Apóstolo Luiz Henrique (PP), do Ceará, ganhou reforço de Silvana Oliveira (PL-CE) e Delegado Cavalcante (PTB), colegas de Assembleia Legislativa (AL-CE).

Apresentado no início deste mês de novembro, o texto é subscrito pelos dois parlamentares, ambos aliados do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no Ceará.

Na proposição, os deputados sugerem veto à “realização das festividades de Carnaval em 2022 no estado do Ceará, bem como a realização de quaisquer festas, como blocos carnavalescos ou eventos de pré-carnaval, em ambientes abertos ou fechados, promovidos por iniciativa pública ou particular, no período em que seria celebrado o Carnaval”.

O motivo, apontam os bolsonaristas, é “a emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus”. Como justificativa para a suspensão do calendário, eles alegam que “os hospitais entraram em colapso” e que “o controle da pandemia escapou ao alcance dos serviços de saúde”.

“Nosso receio”, continuam os parlamentares, “é que uma festividade com essa magnitude possa gerar um novo surto de pessoas infectadas, e não estaremos preparados com número de leitos para restabelecer os quadros clínicos”.

À coluna, Silvana Oliveira afirma que não aceita “inclusive fazer réveillon com dinheiro público ou qualquer outra festividade”.

“Estamos em contenção de despesas devido à pandemia. Não seria justo”, argumenta a deputada, acrescentando: “Aliás, eu considero imoral e até ilegal. Ilegal por estarmos vivendo pandemia, em que a prioridade é a saúde. Imoral por tantas pessoas desempregadas pra evitar aglomeração, fechamento de comércio e, do nada, gastar com Carnaval e passagem de ano?”.

Apoiado pelos deputados que assinam o projeto de lei, Jair Bolsonaro esteve no Ceará quatro vezes durante a pandemia: uma no ano passado e três neste ano. Em todas as visitas, promoveu aglomerações e descumpriu medidas sanitárias.

O presidente também ingressou com ação no STF para invalidar protocolos sanitários de proteção adotados por governos e municípios contra a pandemia.

Parte dos autores do PL também defendeu publicamente a reabertura integral de igrejas quando os números da Covid ainda eram preocupantes no Ceará.

Embora tenham apresentado projeto, os deputados sabem que as chances de a matéria prosperar na AL-CE são mínimas, já que a base do governo Camilo soma quase 40 dos 46 parlamentares.

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