"Até o fim do mês não deve ter definição", diz Guimarães sobre federação com PSB
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Henrique Araújo é jornalista e mestre em Literatura Comparada pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Articulista e cronista do O POVO, escreve às quartas e sextas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades e editor-adjunto de Política.
"Até o fim do mês não deve ter definição", diz Guimarães sobre federação com PSB
PT, PSB e outros dois partidos discutem federação, mas estatuto comum ainda é dificuldade. Prazo para a formalização do bloco é 31 de maio, segundo o STF
Foto: DIVULGAÇÃO
José Guimarães é deputado federal pelo PT do Ceará
Vice-presidente nacional do PT e deputado federal, José Guimarães estima que até o dia 31 de março não deve sair qualquer acordo sobre a criação de uma federação partidária entre PT, PSB, PV e PCdoB.
“Até o fim do mês não deve ter nenhuma definição. Vamos aguardar a janela para saber quem sai e quem fica nos partidos”, projetou o deputado.
Período durante o qual parlamentares podem mudar de legenda sem qualquer sanção, a janela vai até 2 de abril. De acordo com decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), os partidos têm até 31 de maio para formalizarem as federações.
Por lei, siglas federalizadas devem atuar conjuntamente por prazo mínimo de quatro anos nos âmbitos nacional, estadual e municipal, ou seja, o bloco terá de se conduzir eleitoralmente de forma homogênea em todos os níveis de disputa, seguindo um único estatuto e procedendo à escolha de um só candidato para cargos majoritários.
Caso optem por se agruparem numa federação, as legendas terão de apoiar o mesmo postulante para presidente da República, senador e governador, além de organizarem uma mesma chapa para deputado estadual e federal.
A regra, validada pelo STF, é resultado de reforma eleitoral aprovada no Congresso através da lei 14.208, de 28 de setembro de 2021. Apenas em 2022 o prazo para criação de federações se dá a menos de seis meses antes do pleito – a partir de 2024, os partidos terão de respeitar esse limite, conforme a Justiça.
Ainda de acordo com Guimarães, PT e PSB têm um encontro amanhã (9) para retomar as conversas em torno da federação, que pode alterar o cenário eleitoral nos estados em ano de eleição para os governos, mas também consolidar a aliança entre petistas e socialistas em torno da potencial candidatura do ex-presidente Lula tendo o ex-governador Geraldo Alckmin como vice – o ex-tucano está de malas prontas para o PSB.
“Temos que aguardar se vai ter ou não a federação nacional para poder discutir os impactos em cada estado. Por enquanto, temos reunião com PSB dia 9, em Brasília”, informou o deputado, um dos quadros envolvidos nas tratativas.
Enquanto nacionalmente o grupo de partidos mantém diálogo, no Ceará dirigentes dessas forças articulam agenda de encontros para se anteciparem a um possível entendimento entre as agremiações.
À frente do PT no estado, Antônio Filho, o Conin, disse ao O POVO que o bloco já se reuniu ao menos uma vez, em fevereiro, e que prevê um novo encontro nos próximos dias para voltar a debater o tema.
“Combinamos que vamos ficar nos reunindo sistematicamente, acompanhando as negociações em âmbito nacional e já nos organizando para coordenarmos a federação aqui no Ceará tão logo ela seja oficializada pelos partidos”, contou o presidente da executiva estadual.
O deputado federal Dênis Bezerra, que preside o PSB, confirmou que os partidos “vêm dialogando, mas não existe consenso” por causa de “alguns pontos que precisam ser pacificados”.
A respeito de quais pontos atravancariam hoje acordo para uma composição, Bezerra afirmou que os representantes precisam “encontrar um estatuto que vai reger o funcionamento da federação de maneira mais equilibrada”, sem entrar em detalhes. O deputado, no entanto, se mostrou otimista: “Acredito que os problemas serão sanados nas próximas duas reuniões”.
Sobre a agenda em nível local, com dirigentes de PT, PV e PCdoB, o parlamentar declarou que tiveram como objetivo “começar a compartilhar informações partidárias, de quem está como pré-candidato”, e que, “numa eventual federação, não vai ter vaga para todo mundo que quer ser candidato”.
“Precisamos alinhar. O tempo urge. Precisamos tomar essas decisões a nível de estado para não começar o trabalho a partir do zero”, calculou.
Uma próxima rodada entre os dirigentes cearenses ainda não está agendada, mas deve se realizar nos próximos dias, conforme os presidentes das legendas sinalizaram.
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